Juro menor no cartão de crédito

By | 29/01/2017 5:16 pm

 

(Correio Braziliense)

O Banco Central (BC) determinou ontem que, a partir de 3 de abril, os bancos deverão ofertar linhas de crédito mais baratas para o parcelamento do cartão de crédito. A novidade é o prazo, já que o anúncio foi feito pelo governo no fim do ano passado, como uma medida para tentar forçar a rede bancária a reduzir os astronômicos juros do cartão de crédito. Em dezembro de 2016, a linha rotativa chegou a 484,6% ao ano, alta de 53,2 pontos percentuais em relação ao mesmo mês de 2015.

De acordo com a medida aprovada pelo Conselho Monetário Nacional, se o dono do cartão não conseguir pagar o total da fatura no vencimento, os bancos só poderão cobrar os juros do rotativo por mais 30 dias. A partir daí, terão que ofertar uma linha de crédito para parcelar o saldo devedor restante.

Não há garantia de que será uma taxa de juros menor. Mas o diretor de Regulação do BC, Otávio Damaso, acredita que isso ocorrerá, porque a mudança vai reduzir o risco de calote do dono do cartão. Hoje, a inadimplência no rotativo chega a 37% entre as pessoas físicas e a 59% entre as empresas, segundo a autoridade monetária. “A expectativa que a gente tem é que as instituições financeiras vão oferecer o crédito parcelado e que haverá uma redução” dos juros, afirmou Damaso.

O professor Gastão Caixeta, 52 anos, teve problemas com o pagamento mínimo do cartão de crédito. O gasto do mês veio acima do que o rendimento familiar permitia. “Tive de pagar só o quanto eu podia, de maneira a não prejudicar o orçamento. Nos meses seguintes, tive de cortar comida fora de casa, cinema dos meninos. O lazer, em geral, ficou prejudicado, até eu dar conta de pagar a dívida”, diz.

O diretor do BC explica que, hoje, o rotativo sai caro também para os bancos, que por causa dos atrasos são obrigados a fazer provisão (apartar) do equivalente a 50% do saldo. No fim do ano passado, o saldo do rotativo nas administradoras de cartão de crédito somava R$ 37 bilhões.

Damaso aposta ainda que os bancos vão reduzir o custo para o cliente, em função do prazo determinado para o pagamento. Na verdade, a maioria das administradoras já oferecem a possibilidade de parcelamento. “Uma vez que o usuário do cartão entra no rotativo, a instituição não sabe, exatamente, quando vai ele pagar. Agora, a previsibilidade para o pagamento pode levar as instituições financeiras a cortar os juros.”

Ainda ontem, o presidente do Banco do BrasilPaulo Caffarelli, anunciou o apoio e a adoção da medida, além de uma redução de 4 pontos percentuais na taxa do rotativo. “O diálogo entre o sistema financeiro e o governo federal é o caminho mais adequado para estimular o crescimento do crédito no país, com responsabilidade”, afirmou.

Também o diretor da área de cartões do Itau Unibanco, Marcos Magalhães, afirmou que a medida é benéfica para o setor financeiro e para a economia, “pois dinamiza o crédito e contribui para a diminuição da inadimplência. O banco entende que o modelo de rotativo tradicional do cartão é uma opção para ser utilizada apenas em situações emergenciais e por tempo limitado”, continuou.

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Category: Destaques

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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