Perícia da PF aponta interrupções em áudio de Temer, mas descarta edição

By | 24/06/2017 8:35 pm

 

(Deu na Folha)

A Polícia Federal concluiu que não houve edição na gravação da conversa entre o empresário Joesley Batista e o presidente Michel Temer no dia 7 de março no Palácio do Jaburu, segundo a Folha apurou.

 

A perícia foi finalizada nesta sexta (23) pelo INC (Instituto Nacional de Criminalística).

A análise dos peritos identificou mais de 180 interrupções “naturais” no áudio, de acordo com a apuração da reportagem.

 

A perícia indica que o equipamento utilizado pelo empresário da JBS, que fez um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, possui um dispositivo que pausa automaticamente a gravação em momentos de silêncio e a retoma quando identifica som.

 

Os peritos tiveram sucesso ao resgatar, no aparelho usado por Joesley, o arquivo original da gravação, o que permitiu uma comparação entre seu conteúdo e extensão com os do arquivo entregue à perícia pela PGR (Procuradoria Geral da República).

 

Perícias feitas anteriormente, como a contratada pela defesa de Temer, a cargo do perito Ricardo Molina, não haviam tido acesso ao aparelho, que guardava o arquivo original.

A perícia também conseguiu transcrever alguns trechos antes considerados inaudíveis em transcrições feitas pela imprensa e pela própria PF.

 

O relatório e o laudo pericial devem ser entregues ao STF (Supremo Tribunal Federal) apenas na segunda-feira (26).

 

Ao todo, os peritos verificaram quatro áudios.

 

A perícia da PF é aguardada com expectativa porque a defesa de Temer questiona a autenticidade das gravações.

 

O relatório tratará de obstrução de Justiça. No começo da semana, a PF entregou ao Supremo a conclusão sobre o crime de corrupção passiva que, segundo a polícia, foi cometido por Temer e pelo seu ex-assessor especial Rodrigo Rocha Loures.

 

A expectativa é que, com a conclusão do inquérito pela PF, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresente até terça (27) uma denúncia contra Temer ao STF.

 

No pedido de abertura de inquérito enviado ao Supremo, Janot afirmou que o presidente deu anuência para a compra de silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha e seu operador Lucio Funaro, ambos presos.

 

Entre outros elementos, Janot se baseou em parte do diálogo no Jaburu para sustentar que houve obstrução de Justiça.

 

O procurador-geral afirmou que, na conversa, Temer ouviu de Joesley que o ex-presidente da Câmara estava sendo pago para não falar nada e sobre o assunto respondeu: “tem que manter isso, viu?”, o que seria um aval.

 

A conversa divulgada à imprensa, porém, continha trechos inaudíveis. Após a fala de Temer, Batista afirmou: “Todo mês”, o que indica, segundo o empresário afirmou em seu acordo de delação premiada fechada com a PGR, acertos em dinheiro.

 

Comentário do programa – Outra derrota do presidente Temer. Sua defesa alegava que a gravação da sua conversa com Joesley Batista teria sido editada, ou seja, teria sofrido modificações para conter apenas o que interessava ao delator. (LGLM)

 

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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