Planalto pretende contemplar ‘centrão’ com cargos de segundo e terceiro escalão

By | 13/08/2017 2:22 am

 

(G1)

 

Na busca dos votos para aprovar a reforma previdenciária, o Palácio do Planalto pretende atender aos partidos do “centrão” com cargos em estatais, secretarias, departamentos e autarquias, os chamados cargos de segundo e terceiro escalão.

 

A estratégia do governo tenta contemplar a cobrança por mais espaço do bloco partidário e o desejo do PSDB de não abrir mão dos quatro ministérios que ocupa no governo de Michel Temer.

 

Conforme apurou o G1, o Planalto tem sido pressionado pelos líderes do centrão, que pedem mais cargos para endossar a reforma previdenciária, em especial, após o auxílio para barrar a denúncia por corrupção passiva contra o presidente da República.

 

O centrão é um bloco partidário idealizado pelo deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A aliança de legendas como PP, PR, PSD, PTB, PRB e PSC, foi decisiva na eleição do peemedebista para a presidência da Câmara, em 2015.

 

Após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, o grupo virou parte importante da base parlamentar do governo Temer e ajudou o peemedebista, no dia 2 de agosto, a barrar o encaminhamento da denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF).

 

Consumada a vitória de Temer na Câmara dos Deputados, integrantes do centrão passaram a cobrar um maior espaço dentro do governo. O pleito foi reforçado principalmente após deputados do PSDB, que comanda quatro ministérios, não terem garantido apoio total a Temer na votação da denúncia.

 

Dos 47 deputados tucanos, 21 votaram contra o governo. No PP, por exemplo, foram 37 votos a favor de Temer e 7 contra.

 

O alvo preferencial do centrão é o espaço ocupado pelos tucanos no governo, apesar do interesse em cargos do PV, PSB e PPS. O PSDB ocupa quatro ministérios na gestão Temer: Cidades (Bruno Araújo), Relações Exteriores (Aloysio Nunes), Secretaria de Governo (Antonio Imbassahy) e Direitos Humanos (Luislinda Valois).

 

Das quatro pastas, a que desperta maior cobiça do centrão, segundo apuração do G1, é a da Cidades, em razão do orçamento e das obras executadas nos estados de saneamento, mobilidade e habitação.

 

O PP gostaria de reassumir o ministério, porém a avaliação dentro do governo é de que o partido está bem contemplado com o comando das pastas da Saúde e Agricultura.

 

O Ministério das Cidades também está no radar do PSD que, no momento, tem Gilberto Kassab à frente da Ciência, Tecnologia e Comunicações. Seria um retorno do partido à pasta, já que, no governo Dilma, o próprio Kassab foi ministro das Cidades, mas se demitiu às vésperas da votação do processo de impeachment na Câmara, em abril de 2016.

 

Na análise da denúncia, o PSD garantiu 22 votos para barrar a acusação, enquanto teve outros 14 a favor dela.

 

Líder do PSD na Câmara, Marcos Montes (MG) admite que há uma “insatisfação” na bancada. “O PSD quer ter o reconhecimento da dimensão da sua fidelidade. Merecemos um tratamento especial, com mais espaço no governo”, afirma.

 

Segundo Montes, a bancada valoriza a pasta que comanda no momento, porém, trata-se de um ministério com poucas realizações nos estados.

 

“O PSD não precisa assumir um novo ministério, mas espaços de segundo ou terceiro escalão na base valorizam a fidelidade do partido”, diz o líder.

 

O PTB também tem interesse em mais cargos. Presidente nacional da legenda, o ex-deputado Roberto Jefferson (RJ) usou sua conta no Twitter para cobrar de Temer a saída do PSDB do governo.

 

“Temer, respeite quem se expôs por você. Respeite quem deu a cara a tapa por você. Fora do governo com os tucanos”, escreveu.

 

O PTB foi um dos partidos que demonstrou maior fidelidade a Temer na análise da denúncia. Dos 18 deputados que votaram, 15 se posicionaram para barrar a acusação, 2 pela continuidade e 1 faltou a sessão.

Comentário do programa – Depois de darem os votos necessários para Michel
Temer escapar do julgamento do STF, partidos começam a cobrar o serviço. (LGLM)

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Category: Nacionais

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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