Saudemos a Fazenda da Esperança

By | 17/12/2017 6:15 am

 

(publicado no Patos Online)

 

Torci desde que a Diocese de Patos anunciou a intenção de implantar a Fazenda da Esperança para que isto ocorresse. Acompanhei a luta junto ao Governo do Estado para conseguir a fazenda onde seria implantada esta entidade que tem prestado tão valiosos serviços na recuperação dos que se envolveram com drogas em todos os países onde opera. Depois acompanhamos a luta de um grupo de lideranças religiosas, políticas, sindicais e sociais para a instalação da Fazenda e a peregrinação de cidade em cidade na região para conseguir recursos para a manutenção da Fazenda. Hoje a Fazenda da Esperança é um empreendimento vitorioso, mas que continua a precisar do trabalho deste grupo de voluntários para cumprir a sua missão. Recebi vários convites de minha querida colega e amiga Madalena Góis para ir conhecer a Fazenda, mas o corre-corre das minhas atividades não me tinha permitido isso. Até que passei em Patos um final de semana com o domingo livre e resolvi atender o convite de uma família amiga que tinha um dos seus acolhido ali e aproveitei para conhecer o trabalho da Fazenda. É meio longe do mundo, fica a mais de cinquenta quilômetros de Patos, distante mais de dez quilômetros da povoação mais próxima. Esta distância de tudo é necessária para evitar a fuga dos acolhidos que são tentados a fugir do local, durante as crises de abstinência. Afinal são quase dez quilômetros de distância da BR 230, numa estrada de terra, cercada de caatinga. Chegamos lá, no final da manhã e já nos esperavam para o almoço. Comida simples, mas de excelente qualidade, feita por eles mesmos, voluntários e acolhidos. Os voluntários de modo geral são pessoas que conseguiram se recuperar e passaram a se dedicar totalmente à obra. Um dos voluntários que trabalham na nossa Fazenda da Esperança é um baiano. Na Fazenda habitam umas duas dezenas de pessoas, muito bem acomodados nas diversas casas ali existentes. Têm televisão, têm livros e revistas, têm vídeos e discos para se divertirem. Mas têm outros afazeres como cuidar do local, das hortas e dos animais domésticos. E têm sempre o apoio espiritual baseado na fé cristã. Tem gente de toda idade. Jovens ainda adolescentes, homens jovens, alguns já maduros. Como era domingo, havia vários visitantes. Pais, irmãos, esposas, filhos, amigos. Crianças pequenas inclusive. Um apoio familiar que é importantíssimo para o processo de recuperação. Não fui ali como jornalista, apesar dos vários convites que recebi para conhecer as instalações e o trabalho da Fazenda da Esperança. Fui visitar um amigo que está há oito meses em processo de recuperação. Através da família venho acompanhando, desde o início, sua luta para se livrar dos danos causados pela droga. Tem sido uma luta vitoriosa. Ele é consciente da importância do trabalho ali desenvolvido e, apesar de ser uma pessoa simples, já exerce certa liderança entre os parceiros. Quando cheguei e fui cumprimenta-lo me emocionei. Seus pais e seus irmãos são velhos amigos meus e sempre tive um bom relacionamento com ele. A emoção me levou às lágrimas diante da grande luta que ele enfrenta. Diante da sua vontade de sair fora, recuperado para a família, recuperado para a sociedade. Claro que vai precisar de um emprego para se reintegrar à vida aqui fora. Para ser útil e se reintegrar ao mercado de trabalho. Com a vontade que ele manifesta, tenho certeza de que conseguirá. E todos nós temos obrigação de continuar a apoiar e ajudar de todas as formas a Fazenda da Esperança. Que as prefeituras da região tanto as que têm munícipes utilizando os serviços da Fazenda, como aquelas que têm a sorte de não precisarem ainda, têm que continuar a ajudar. É um dinheiro muito bem empregado. A frase atribuída a Alcides Carneiro, sessenta anos atrás, sobre os hospitais, pode ser utilizada hoje para falar sobre a Fazenda da Esperança: “É uma instituição de que por infelicidade se precisa e que por felicidade se acha”. Parabéns aos dirigentes e voluntários da Fazenda da Esperança pelo trabalho que realizam. Parabéns aos recuperandos pelo esforço que desenvolvem para sua própria recuperação. Vocês conseguirão, com fé em Deus. Tenho certeza. (LGLM)

 

A nossa Fazenda da Esperança faz parte da Família da Esperança.

Para saber mais sobre a instituição http://www.fazenda.org.br/

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Category: Opinião

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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