Realizou-se na última quinta-feira no Patos Tênis Clube, um festival de cantadores de viola prestando um tributo ao saudoso poeta João Paraibano, falecido no início do mês na capital pernambucana em decorrência de um acidente automobilístico de que foi vítima na cidade de Afogados da Ingazeira. O festival tinha como finalidade, além de homenagear o grande poeta, exímio cantor das coisas do sertão, angariar recursos visando ajudar a família a quitar as despesas hospitalares. Apesar de concorrer com a Festa da Padroeira de Patos, o festival atraiu um bom público amante da cantoria de viola. O festival foi coordenado pelo poeta Jamaci Dantas e recebeu a colaboração da Prefeitura Municipal de Patos que financiou a hospedagem dos poetas, da Câmara de Vereadores que pagou o som ambiente e da diretoria do Patos Tênis Clube que cedeu graciosamente o local, através do Presidente Antônio França e do vice Taciano Wanderley e do grande amante das cantorias o Dr. José Tota. As emissoras de rádio divulgaram maciçamente o evento, assim como empresas e pessoas físicas ajudaram com dezenas de horas de divulgação em carro de som. O festival começou às nove da noite e se estendeu até à meia noite, com o público permanecendo até o final. Os poetas que participaram do evento o fizeram sem perceber nenhum cachê, se deslocando inclusive por sua própria conta. Um empresário local ofereceu um jantar aos poetas.
O poeta Lola abriu o festival declamando versos do homenageado, o que voltou a fazer em outras oportunidades durante a noite. Os jovens poetas irmãos André e Anderson Rodrigues se apresentaram em seguida versando em sextilhas sobre o Vaqueiro e, logo após, cantaram um martelo alagoano onde fizeram referências ao grande poeta João Paraibano. Em seguida os poetas Adelmo Aguiar e Denilson Nunes foram muito aplaudidos cantando três canções. Severino Feitosa e Raimundo Borges versaram em sextilhas sobre “Os Poetas que Já se Foram” e desenvolveram o mote em 10: “Sua fama de grande cantador/ Não assombra ninguém na cantoria”. Ivanildo Vila Nova e Raulino Silva discorreram sobre a importância do voto, sendo muito aplaudidos pelo público e, em seguida, desenvolveram o mote em sete: “Nunca mais vou escutar/ meu cantador de sertão”. A dupla seguinte foi Antonio Lisboa e Edmilson Ferreira, uma das mais aplaudidas da noite, desenvolvendo duas modalidades cujo texto terminamos perdendo no “corre-corre” da noite, sendo o segundo um tema que dizia, mais ou menos, “mulher, por favor me deixe em paz/ vou curtir um novo amor na minha vida”. Veio a seguir a apresentação de Zé Viola e Valdir Teles, também muito aplaudidos versando em sextilhas sobre “O que a mulher merece” e desenvolvendo o mote em dez, homenageando João Paraibano: “Nunca mais o sertão vai escutar/Quem deu aula nas coisas do sertão”. Atendendo a pedido do público Zé Viola ainda interpretou a canção “O arco-íris da vida”. A última dupla da noite foi Paulo Pereira e Genaldo Pereira, companheiros aqui na Espinharas que versaram em sextilhas sobre “Os grandes acontecimentos” e em seguida cantaram um “Coqueiro da Bahia”, em que a exemplo de todos os demais cantadores homenagearam o saudoso João Paraibano com citações de sua trajetória poética. Ao final, Zé Viola atendeu um pedido de Taciano Wanderley cantando uma canção muito bonita em homenagem aos “saudosos pais”.
A viúva de João Paraibano (Dona Lindaura), uma das filhas e seu irmão Edezel Pereira estiveram presentes no evento.
O público participou ativamente aplaudindo os poetas a todo o momento.
Em nome da coordenação e da família, agradecemos aos poetas, à Prefeitura de Patos, à Câmara de Vereadores, ao Patos Tênis Clube, ao comércio e amantes da cantoria pela colaboração dada para a realização e êxito do evento. E ao público pela sua presença e participação. (LGLM)