(Folha da quarta)
Duas semanas depois de ser derrotado nas eleições presidenciais, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) retornou nesta terça-feira (4) à cena política com a promessa de só dialogar com o governo Dilma Rousseff se os petistas apresentarem “propostas de interesse dos brasileiros”.
O tucano disse que irá exercer o “papel” que lhe foi delegado por 51 milhões de eleitores: liderar um “exército” da oposição contra o PT.
“Vou ser oposição sem adjetivos. Se quiserem dialogar, apresentem propostas que interessem aos brasileiros”, disse. “Somos hoje um grande exército a favor do Brasil e prontos para fazer a oposição que a opinião pública determinou que fizéssemos.”
O PSDB promete “qualificar” a oposição com um grupo de consultores técnicos que terão a função de dar munição aos militantes, levantando diariamente críticas e falhas nas dez principais áreas de atuação do governo.
A ordem no PSDB é dar “foco” ao que os tucanos chamam de “euforia” das ruas para manter vivo o apoio popular contra o atual governo.
Questionado sobre os protestos do fim de semana, que pediram o impeachment de Dilma e até intervenção militar, Aécio disse que os atos não têm apoio do PSDB.
“Eu não sou golpista, sou filho da democracia. Não acho que exista fato específico que leve a impeachment. Essas manifestações que se misturam tem o nosso repúdio mais veemente.”
Sobre o pedido de auditoria no resultado das eleições presidenciais apresentado à Justiça Eleitoral pelo PSDB, Aécio afirmou ser “absolutamente natural” que um partido tenha acesso ao resultado, mas negou que seja um “terceiro turno” para questionar a reeleição de Dilma. Ele também disse não ter dúvidas em relação à “lisura” do processo eleitoral.
Ao ironizar a presidente, o senador disse que o governo tem que “tomar cuidado para não chegar em janeiro com certo cheiro de fim de festa”, quando a petista será empossada para mais um mandato.
Comentário do programa – Aécio busca se credenciar como líder de oposição, já pensando na disputa de nova eleição presidencial em 2018. (LGLM)