(Marcos Tavares, colunista do Jornal da Paraíba, na sexta)
Há uma interrogação percorrendo todo o Brasil depois do recente escândalo que abriu a caixa-preta que era a Petrobras e expôs as vísceras de uma empresa deformada pelo suborno, corrompida pela ganância e administrada por uma quadrilha. O que se pergunta é se esse tipo de coisas aconteceu apenas na Petrobras ou é uma condição típica de todas as estatais e organismos comandados pelo governo. Sim, porque seria estranho que somente a Petrobras abrigasse essa corja de malfeitores e somente ela tivesse seu capital e destino desviados para negociatas que no final abasteciam os cofres dos diretores e os caixas de partidos ditos da situação. O mais normal seria imaginar que essa epidemia desenfreada de roubo já esteja contaminando outras esferas da administração.
Fala-se já num escândalo que iria estourar envolvendo a privatização de aeroportos – os maiores do país – e cujas licitações teriam sido ganhar praticamente pelas mesmas empresas apontadas como corruptoras no caso da Petrobras. O que esperar dessas mesmas empresas, dessa mesma filosofia de governo e de um mesmo partido que se mantém no poder há décadas manipulando o dinheiro público para obter vitórias? Normalmente o comportamento seria o mesmo, motivo pelo qual os órgãos de controle deveriam se debruçar sobre outras estatais comandadas pelo PT entre elas o Banco do Brasil e a Caixa Econômica, onde se lida com dinheiro em espécie.
Seria inocência acreditar que todo esse aparato montado e dirigido de cima se acastelasse apenas na Petrobras, mesmo sendo ela a empresa mais rica do país. Esse germe deve contaminar outros segmentos, pois nada se espalha mais facilmente do que a corrupção, principalmente quando os corruptores estão em praticamente todos os setores da administração com força e dinheiro para comprar gestões. O Brasil precisa ser passado a limpo, não apenas na Petrobras, mas por onde circula o dinheiro do povo, esse dinheiro tão vilmente escamoteado e distribuído de maneira tão farta como nunca se viu nessa República. Pode ser que após essa análise venha a se constatar que a Petrobras é apenas um grão de areia numa imensa praia.
Comentário do programa – Por que é que o interesse maior dos partidos é por cargos em órgãos que dispõem de grandes orçamentos? Por que onde “rola” mais dinheiro, é mais fácil sobrar “algum” para eles. Além da Petrobrás, há órgãos e ministérios de muito dinheiro e todos eles são “aparelhados” ou sejam invadidos por dirigentes nomeados por indicação dos partidos que comandam o governo. No caso atual, PT, PMDB, PP e outros aliados seus. (LGLM)