(Jozivan Antero, no Patos Online)
Ao completar 15 anos de circulação no Brasil, o jornal A Verdade promoveu na noite desta sexta-feira, dia 05, uma atividade comemorativa a data. Na ocasião, os organizadores do evento decidiram homenagear o ex-preso político, ex-vereador pela cidade de Patos, poeta, advogado, líder sindical e tribuno popular Polion Carneiro (em memória). A homenagem foi feita pelos familiares do líder político e o evento aconteceu na Fundação Ernani Sátiro (FUNES) sendo marcado por emoção, cultura e história.
A abertura da solenidade ficou a cargo do músico e também poeta Rogério Dantas que cantou belas canções e fez o público refletir sobre a força que tem a cultura e as ideias libertárias. Rogério conheceu Polion Carneiro e destacou aspectos do homem público e também do advogado compenetrado em seu ofício. Após a abertura, a professora Gerlúzia Vieira contou um pouco sobre o surgimento da imprensa no Brasil e a tarefa que é dada ao jornal A Verdade nos dias atuais diante da informação comprometida com as causas sociais.
No público presente ao evento, destaque para a viúva de Polion Carneiro, a senhora Marúzia de Araújo e sua filha Pollyana Carla. Também se fez presente o irmão de Polion, Severino Canuto Filho (Lodim), além de sobrinhos e netos. Os ex-vereadores José Augusto Longo e Adão Eulâmpio, contemporâneos de Polion Carneiro, compareceram a solenidade.
O professor de história Hélder George, sobrinho do homenageado, fez um resgate histórico da vida pública de Polion Carneiro na qual foi dedicada à causa por uma sociedade justa e igualitária que desafiou uma época. Polion viveu tempos políticos em que discordar do poder vigente durante a Ditadura Militar no Brasil era sinônimo de subversão e esse fato podia levar a torturas, prisões e até a morte dos que não concordavam com as imposições.
Bastante emocionada, a professora Klítia Cimene, sobrinha de Polion, fez ressalvas ao único livro lançado pelo homenageado, intitulado “Versos de Ninguém”. No livro, Polion Carneiro fez perceber a dimensão da alma poética do líder político compenetrado na sensibilidade humana em uma obra única e imortal. Versos de Ninguém mostra a magnitude do autor. “Seu único livro confunde-se com sua vida de tal modo que muitos poemas mais parecem uma confissão. Ao mesmo tempo, sua obra faz de cada leitor um interprete de si mesmo quando entra em contato com a poesia de Versos de Ninguém”, relata a professora.
“O nosso jornal cumpre a tarefa de trazer a discussão sobre os fatos que fazem a vida social política ter significado para o povo. A imprensa tem o papel de libertar o homem das amarras do sistema que ele vive. A Verdade cumpre esse papel, e cumpre muito bem, nesses 15 anos de existência. Ao homenagear Polion Carneiro o nosso jornal não faz mais que sua obrigação em resgatar a história de um homem público que viveu para as ideias de liberdade”, confessa Jozivan Antero, um dos responsáveis pelo jornal na cidade de Patos.
Ao final do evento foi dada a proposta que os organizadores levem a Câmara Municipal de Patos o nome de Polion Carneiro para ser apreciado quanto à possiblidade de o seu nome ser dado a uma das centenas de ruas projetadas da cidade. O Jornal A Verdade trará em uma das suas publicações a biografia de Polion Carneiro para ser conhecida em todo o Brasil e nos países da América Latina.
Comentário do programa – Polion é de uma geração que deu a Patos algumas das suas melhores lideranças políticas em termos de amor à coisa pública e de capacidade dialética (a arte do diálogo, a arte de debater, de persuadir ou raciocinar), de que nos restam poucos remanescentes nos dias de hoje, ao contrário dos profissionais da politicagem que hoje proliferam. Era um grande orador, um grande intelectual, uma grande figura humana, um grande amigo. Patos deve a ele muitas homenagens deste tipo, e deveria dedicar a ele uma praça pública, um equipamento cultural ou no mínimo uma rua num bairro em que fosse referência. (LGLM).