(Marcos Tavares, colunista do Jornal da Paraíba)
Parece que é combinado. Todo candidato ao vencer as eleições e deparar-se com o quadro sinistro que encontrou – muitas vezes criado por ele mesmo – dispara petardos contra a quantidade de cargos, ameaça enxugar a administração e fundir órgãos como se não tivessem sido eles mesmos a criar tantos penduricalhos para agasalhar os correligionários. É essa mesma a tática de Dilma e aqui na Paraíba, de Ricardo, onde ambos já anunciaram medidas moralizadoras como se substituíssem outros mandatários e não eles próprios. Essa música já rodada não enche mais ouvidos nem vira sucesso. Com o passar dos tempos e a chegada de novas pretensões eleitorais, voltam os inúmeros cargos e as centenas de nomeados sem concurso apenas para colaborarem com seu voto como aconteceu na última eleição.
A Paraíba está com o teto da folha bem acima do que manda a prudência administrativa e o que querem os órgãos de controle. No Brasil temos um excesso de ministérios criados por Dilma e pelo seu PT para poder aquinhoar todos os partidos da chamada base com cargos federais. Não foram os funcionários nem o eleitor quem criou esses problemas, mas os próprios governantes que agora apontam medidas saneadoras como fossem elas a salvação da pátria. É tudo conversa de começo de gestão, tais como cortar o cafezinho e diminuir o número de veículos, tão ridículas e cansadas que não foram ainda nem levantadas. É com artifícios assim que se pretende reerguer o Estado e o país, com uma típica conversa de quem não sabe nada.
Como o Estado não corta gastos, a solução é aumentar tributos. Já disse o sainte Mantega que vai superfaturar os cosméticos e os importados. Os governadores do PT querem a volta da CPMF, uma imoralidade fiscal, e economistas apontam a volta do imposto sobre combustíveis. Como sempre, a medida primária é aumentar os tributos entregando ao brasileiro uma carga de impostos exagerada e absolutamente não compatível com os benefícios e serviços que o Estado entrega aos seus contribuintes em troca.