Aliados de Lula perdem força em novo ministério

By | 27/12/2014 8:15 pm

(Folha, na quinta)

As mudanças feitas pela presidente Dilma Rousseff em seu ministério deixaram contrariado seu antecessor e padrinho político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao reduzir sua influência no governo e desalojar alguns de seus fiéis colaboradores.

Aliados do ex-presidente, que governou o país de 2003 a 2010, dizem que ele considerou excessivo o poder conferido ao ministro da Casa Civil, o petista Aloizio Mercadante, na nova configuração do governo e na articulação das mudanças na equipe.

Na avaliação dos lulistas, Mercadante sonha em concorrer à Presidência nas eleições de 2018 e vale-se de sua proximidade com Dilma para evitar a ascensão de outros petistas ao centro do poder.

Aliados de Lula apontam como exemplo a indicação do governador da Bahia, Jaques Wagner, para o desenxabido Ministério da Defesa. Os lulistas preferiam que Wagner ocupasse uma posição com maior visibilidade política.

“Mercadante é o general. Comanda a equipe. E tem que trabalhar com os coronéis”, diz o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, numa alusão à concentração de poder nas mãos do ministro.

A equipe que acompanhará Dilma em seu segundo mandato ainda está incompleta. Com os 13 nomes indicados na terça (23), a presidente já anunciou 17 dos 39 ministros que tomarão posse com ela na quinta-feira (1º).

O PMDB ficou com seis ministérios, um a mais do que tem hoje. O PT perdeu o Ministério da Educação e não terá controle sobre outras áreas consideradas estratégicas para o futuro do partido, como Cidades e Transportes.

Aliados de Lula dizem que o único nome que ele fez questão de escalar foi o do novo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, confirmado por Dilma com o futuro titular da Fazenda, Joaquim Levy, economista de perfil conservador cuja escolha contrariou o PT.

Lula também sugeriu a mudança do ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, para as Comunicações. Segundo petistas, foi o próprio Berzoini que pediu para deixar o Palácio do Planalto, trocando a articulação política pelas Comunicações.

A saída de Berzoini é certa, mas sua indicação para a nova pasta ainda não foi confirmada. Com a saída do chefe da Secretária-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, outro lulista, o ex-presidente ficará pela primeira vez sem ninguém de sua confiança na cozinha do Planalto.

Em conversas recentes, Lula chegou a reclamar da indefinição sobre o Ministério do Trabalho, que atualmente é controlado pelo PDT e onde os petistas querem emplacar o sindicalista José Lopez Feijóo, ligado à CUT (Central Única dos Trabalhadores).

Em reunião na noite de terça, Dilma ofereceu o Ministério do Trabalho ao presidente nacional do PDT, o ex-ministro Carlos Lupi, e apresentou como alternativa para o partido a Previdência Social, hoje com o PMDB.

Lupi disse que a tendência do PDT é manter o atual ministro do Trabalho, Manoel Dias, no cargo. “Quando o sujeito senta naquela cadeira, pensa que é feita sob medida, como sapato”, disse Lupi, que foi afastado do ministério no início do governo Dilma acusado de desvios em convênios feitos pela pasta.

Lula também ficou incomodado com a escolha de críticos de seu governo para dois ministérios importantes: o governador do Ceará, Cid Gomes (Pros), que irá para a Educação, e a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), futura ministra da Agricultura.

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Category: Destaques

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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