Insatisfação de partidos dificulta conclusão de reforma do ministério

By | 27/12/2014 8:18 pm

(Folha da sexta)

A presidente Dilma Rousseff, que embarcou nesta quinta-feira (25) para um breve recesso na Base Naval de Aratu, na Bahia, ainda enfrenta dificuldades para acertar com os partidos aliados a composição da equipe ministerial do segundo mandato.

Dilma ainda não encontrou solução para demandas apresentadas pelo PR e pelo PDT, além das insatisfações do seu próprio partido, o PT.

O PR quer ampliar seu poder na área de transportes. Além de indicar o vereador paulistano Antônio Carlos Rodrigues como novo ministro, o partido quer liberdade para nomear as pessoas que irão administrar empresas e órgãos ligados ao ministério.

Entre eles, estão o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), responsável por obras em rodovias federais, e a Valec, estatal responsável pela construção da Ferrovia Norte-Sul.

De acordo com integrantes do partido, o Palácio do Planalto resiste à ideia. Dilma mantém o ministério sob controle do PR desde o início de seu mandato, mas esvaziou seu poder em 2011, quando demitiu vários funcionários ligados ao partido e acusados de praticar irregularidades nas obras do Dnit e da Valec.

O PR sugeriu a Dilma o nome de Antônio Carlos, que deve ser confirmado. Mas a presidente indicou que preferia manter o atual ministro, Paulo Sérgio Passos, no comando. Embora seja filiado ao PR, ele é considerado no partido um burocrata leal a Dilma e sem compromisso partidário.

A presidente também enfrenta dificuldades para acomodar o PDT, que deseja continuar no Ministério do Trabalho. Ela sugeriu a Previdência Social como opção para o aliado, mas a sigla não recebeu a oferta com entusiasmo.

Se atender ao PDT, Dilma irá desagradar setores do PT ligados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu antecessor e padrinho político, que desejam emplacar no comando da pasta um sindicalista ligado à CUT (Central Única dos Trabalhadores).

Dilma já definiu que que dará o Ministério da Integração Nacional para o PP como compensação pela perda da pasta de Cidades, mas não chegou a acordo com a cúpula do partido sobre o nome do futuro ministro. O PP quer o atual ministro das Cidades, Gilberto Occhi. A presidente prefere o ex-ministro e deputado Aguinaldo Ribeiro (PB).

Assessores dizem que Dilma pode autorizar nesta sexta (26) a divulgação de novos nomes que irão compor sua futura equipe, confirmando indicações de petistas. Já está definido que o PT perderá a Educação para o governador do Ceará, Cid Gomes (Pros).

Com espaço reduzido no novo ministério, o PT também deve ver rejeitada a estratégia de turbinar o Ministério das Comunicações com a administração das verbas publicitárias do governo, recursos que hoje estão sob responsabilidade da Secretaria de Comunicação da Presidência da República.

 

‘Governo vai provar do seu veneno na economia’, diz Aécio

(Folha da segunda)

Derrotado na disputa pela Presidência da República em outubro, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) aposta que as medidas da nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff serão insuficientes para conter o clima de desconfiança com os rumos do país. “O governo vai provar do seu próprio veneno.”

Ele afirma que o próximo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, enfrentará mais resistência da base do governo do que da oposição. “Ele sabe que é um corpo estranho neste processo”, diz. E, em tom irônico, arremata: “Vamos conhecer o neoliberalismo petista”.

Aécio promete não apoiar aumentos de impostos propostos pelo governo para fazer um ajuste de R$ 100 bilhões em 2015. “De onde vai vir isso?”, questiona.

O tucano afirma não ver motivos para um impeachment de Dilma, como têm defendido alguns grupos em protestos de rua, mas defende a investigação da campanha. Revela ainda que ficou “decepcionado” com a atuação do ex-presidente Lula, com quem tinha boa relação.

Aécio desconversa sobre nova candidatura e faz acenos na direção do colega Geraldo Alckmin (PSDB-SP).

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Category: Destaques

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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