Cúpula do PMDB reage à ascensão de Kassab e Cid (*)

By | 24/01/2015 5:17 pm

(Folha na quinta)

Irritada com o tratamento do Planalto ao PMDB, a cúpula do partido avalia como “desastrosa” a iniciativa do governo de articular uma base aliada “alternativa” no Congresso liderada pelos ministros Gilberto Kassab (Cidades) e Cid Gomes (Educação), membros do PSD e do Pros, respectivamente.

O tema foi tratado por peemedebistas na segunda (19), na casa de Renan Calheiros (PMDB-AL), em Brasília.

Participantes reclamaram que o governo está desorientado sobre as disputas para os comandos do Senado e da Câmara e “escanteando” o PMDB e a CNB (Construindo um Novo Brasil), ala majoritária do PT ligada ao ex-presidente Lula, no Congresso.

O objetivo do Planalto ao incentivar uma base “alternativa” é ficar menos dependente do PMDB no Congresso.

Peemedebistas ouvidos pela Folha disseram que a ideia de delegar poderes de articulação política à dupla Cid e Kassab é “desastrada”.

Segundos eles, a dupla não teria a veia “profissional” da legenda para operar temas espinhosos no Congresso, principalmente em ano de crises iminentes, como os desdobramentos da Operação Lava Jato e reflexos da crise econômica.

À Folha, um peemedebista ironizou dizendo que querem quebrar a vertente operacional do Congresso “a troco de quê, já que Dilma não é mais candidata?”. Disse ainda que “uma limpeza étnica num período desses é coisa de gênio e desastrado”.

Além de Renan, participaram do encontro o vice-presidente, Michel Temer, os senadores Romero Jucá (RR) e Edson Lobão (MA) e os deputados Henrique Eduardo Alves (RN) e Eduardo Cunha (RJ).

Segundo a Folha apurou, Dilma Rousseff e Temer não conversam sobre matérias de ordem política, como a eleição no Congresso, desde as negociações para a reforma ministerial, antes da posse.

Os peemedebistas reclamam que Dilma se fechou após as eleições, aconselhando-se apenas com o núcleo palaciano petista, principalmente com o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil).

Alguns caciques do PMDB atribuem o isolamento de Dilma ao distanciamento da petista de Lula e à influência de Mercadante.

Durante a reunião, segundo um parlamentar, um presente relatou que o ex-presidente Lula teria dito que Mercadante “teria sequestrado” o governo Dilma.

No encontro, o deputado Eduardo Cunha apresentou aos presentes o teor da fita supostamente forjada, que tentaria ligá-lo à Operação Lava Jato.

O deputado diz ter relatos de que o governo tenta interferir na disputa da Câmara ao oferecer cargos em troca de apoio a Arlindo Chinaglia (SP), candidato petista à presidência da Casa. O governo nega a operação.

Comentário do programaCiúme de homem é fogo. PMDB teme perder a capacidade de chantagear o Governo e por isso vê com maus olhos o prestígio de outros protagonistas como Mercadante, Kassab e Cid Gomes. (LGLM)

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Category: Destaques

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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