(Folha da segunda)
Maior bancada da Câmara, o PT sai enfraquecido da disputa pelo comando da Casa após tentar impor uma derrota ao deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desafeto do Palácio do Planalto.
Os petistas ficaram sem representantes nos outros dez cargos da Mesa Diretora e sem direito a escolher as três principais comissões.
A última vez em que o PT ficou sem cadeira na Mesa foi entre 2005 e 2007, na gestão Aldo Rebelo (PC do B-SP), mas ele era aliado dos petistas.
A nova ausência foi motivada pela estratégia para atrair aliados para a candidatura de Arlindo Chinaglia (PT-SP), loteando os cargos de direção. A sigla entregou as três vagas do bloco de apoio ao petista para PSD, PR e Pros.
Os cargos na Mesa dão visibilidade aos partidos e aos deputados que ocupam as vagas, pois tratam de questões como reajustes de benefícios para os congressistas.
O PT também perdeu peso nas comissões. O grupo de Cunha deve ficar com as comissões de Constituição e de Justiça e Finanças e Tributação, as principais, além de ter direito a mais uma escolha antes dos outros partidos.
Nesses colegiados, o presidente também define a pauta de votações, podendo acelerar ou retardar a discussão de matérias importantes.
Nas comissões são tratados, entre outros, pedidos de convocação de ministros e de explicações do governo.
O novo comando da Câmara tem dois deputados investigados no STF (Supremo Tribunal Federal): o vice-presidente Waldir Maranhão (PP-MA) e o primeiro-secretário, Beto Mansur (PRB-SP).
Maranhão foi flagrado em ligações suspeitas com integrantes do esquema de lavagem de dinheiro e desvio de recursos de fundos de pensão investigado na operação Miqueias, da Polícia Federal.
Mansur já foi condenado pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho) a pagar indenização de R$ 200 mil por dano moral coletivo.
A punição ocorreu, de acordo com o processo, em razão da constatação de trabalho escravo e de trabalho infantil em uma fazenda do parlamentar na cidade de Bonópolis, em Goiás.
Na época, o deputado federal negou que houve trabalho escravo. O caso também é analisado no STF.