Pinto do Acordeom, segundo o Dr. Agrimar Leite (*)

By | 28/02/2015 8:20 pm

(José Augusto Longo, no Patos Online)

Esta semana, recebi e-mail do conceituado médico patoense e amigo Agrimar Leite, radicado em Recife e amigo e compadre do nosso querido Pinto do Acordeom, que, por motivo do diabetes, teve parte da perna esquerda amputada, dias passados.

O Doutor Agrimar, desde que se formou em medicina e montou clínica na capital pernambucana, tem sido uma espécie de anjo da guarda dos conterrâneos que necessitam de tratamento naquela cidade, independente de ter ou não posses. Deles é dispensado qualquer pagamento e, caso necessário, são encaminhados a profissionais especializados, sem que Agrimar deixe de acompanha-los de perto, durante o tempo necessário a tal atendimento. Centenas de vezes isso ocorreu e tenho a impressão de que somente agora isso é levado ao conhecimento do grande público. O doutor Agrimar atende indistintamente os conterrâneos, sem nada cobrar, sem exigir a publicidade dos seus atos, o que o credencia mais ainda, como médico, e como pessoa humana.

Com o nosso Pinto do Acordeom não foi diferente. Agrimar fez tudo que pode, e ainda está fazendo, para que seu amigo e compadre, mesmo de perna amputada, possa continuar a nos dar alegria, através do seu talento e da sua bela voz, que a todos encante.

Vejamos, abaixo, parte do conteúdo da mensagem a mim enviada por Agrimar, que tomo a liberdade de repassar aos meus leitores:

         “Amigo, desde que comecei a praticar medicina nunca deixei a minha recepção cobrar de um patoense, tivesse ele ou não condições de pagar o exame.  À época, não era barato.

         Fazia isto como prova do meu amor telúrico, mesmo no tempo da xenofobia em que se pagava de impostos de importação 90%, e a vista, dos valores dos aparelhos, o que só por esta ação do governo já justificaria ou pelo menos serviria de desculpa para eu cobrar um exame de um conterrâneo. Meu pai que você tanto conheceu, um dia, sabendo do meu proceder disse: Meu filho faça de graça também para que tem dificuldades em pagar. Não foi surpresa em ouvir, quando disse que já era ordem na recepção, quando alguém pedisse um menos, autorizado estava o exame sem renumeração.

         Fiz esta leve introdução para lhe informar em primeira mão, a situação do estado de saúde do meu amigo e compadre Pinto do Acordeom. Desde a sua primeira cirurgia, quando enfartou, que fiquei acompanhando mais de perto nosso querido artista. Como ainda não tinha descoberto a diabetes, suplicava para ele deixar o tabagismo. Quando se diagnosticou as suas taxas de açúcar no sangue, eu intensifiquei minha luta para que este largasse o cigarro e a bebida, pois já os sinais de micro angiopatia aflorariam. Não deu outra. Pinto não só desprezou meus conselhos como os dos outros a quem eu recorria na tentativa de torna-lo saudável novamente.

         Para não me delongar, diante das informações que recebia das suas extravagancias, 15 dias antes do 1o-turno das eleições, fui busca-lo em Joao Pessoa, acompanhado do um motorista. Ainda fumava.

         Depois de uma luta para interna-lo no IMIP, onde funciona a faculdade de Boa Viagem – só tem doutores -, usei da boa vontade de todos os colegas, ate usei o nome de André Longo, seu sobrinho, a época  gozando da mais alta amizade e confiança do Prof . Dr. Antônio Carlos Figueira. André ligado ao Conselho Federal de Medicina e Antônio Carlos, então secretário de saúde, filho do fundador do IMIP. Prof. Fernando Figueira.

         Recomendações foram de sobra, mesmo assim Pinto não as cumpriu com fidelidade, o que causou certo transtorno.

         As complicações foram aumentando e tivemos que interna-lo novamente envolvendo as mesmas pessoas que por sua vez, já não tinham o mesmo entusiasmo de trata-lo diante da irreverencia e principalmente, pelo não cumprimento, à risca, das recomendações médicas.

         Tinha ocupado um leito e uma equipe de que também precisava,

Como ando sempre com o perdão, não deixei de envidar esforços para trata-lo. Enfim, faço todo este preambulo para não deixarem distorcer os fatos, por isto lhe escolhi, para com seu tom jornalístico serio informar a todos os amigos a situação de hoje do nosso inigualável artista:

         Pinto largou o tabagismo, a bebida, controlou a diabetes, e o melhor, e mais do que o pior, perdeu o pé esquerdo, mas salvou o direito.

         Amputou o pé esquerdo, vai colocar uma prótese da melhor que existe e no máximo alterar um pouco a marcha, que diante da gravidade de tudo que lhe relatei, é uma coisa ínfima.

         A voz melhorou significativamente, estará pronto para tocar dentro 15 dias e com, certeza e ajuda do nosso DEUS maior continuará a animar o nosso povo que tanto carece de alegria.

         Abraços e obrigado antecipadamente.

         Cordialmente,

         Agrimar Leite.

(josaugusto09@gmail.com)

Comentário do programaVelho amigo da família, conterrâneo da rua dos Dezoito, irmão do meu saudoso aluno Ribamar e de meu querido amigo Bazinho, filhos do saudosos Antônio David e Ridete, netos do saudoso Epaminondas Rocha, Agrimar e minha irmã Fátima começaram medicina juntos na década de setenta, tendo ele concluído na Paraíba e se radicado em Pernambuco, enquanto Fátima concluiu no Rio, andou por São Paulo e hoje está radicada em Natal. Grande figura humana, a quem os patoenses devem tantos cuidados em Recife e a quem Patos deve mais este favor: o cuidado com nosso querido Pinto do Acordeon. Um abraço para eles. (LGLM)

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Category: Opinião

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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