Com manobra do PMDB, CPI deve focar apenas era petista

By | 07/03/2015 7:07 pm

(Folha da segunda)

O PMDB da Câmara dos Deputados articulou uma estratégia nos bastidores com o presidente da CPI da Petrobras para isolar o PT na nova comissão e limitar os trabalhos de investigação aos governos Lula e Dilma (2005-2015), como quer a oposição.

A operação do partido com Hugo Motta (PMDB-PB), eleito presidente da CPI na semana passada, visa desidratar os planos do relator da comissão, Luiz Sérgio (PT-RJ), de investigar desvios na estatal desde o período do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Sérgio vai apresentar seu calendário de atuação na próxima quinta, mas na semana passada afirmou que seria importante levar a investigação para o período de FHC.

O relator se baseia no depoimento do ex-gerente Pedro Barusco que, em sua delação premiada, afirmou à Polícia Federal que começou a receber propina entre 1997 e 1998, da empresa holandesa SBM Offshore.

Barusco também relatou que o esquema da Petrobras rendera ao PT entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões entre 2003 e 2013.

Nos últimos dias, peemedebistas articularam com Motta um cronograma para a CPI, onde também ficou decidido que será criada uma sub-relatoria para tentar recuperar ativos da Petrobras no exterior.

Entre os atos ilícitos no foco da CPI estão supostas irregularidades na venda de ativos da Petrobras na África.

O presidente da CPI vai propor nesta semana a criação de quatro sub-relatorias para investigar objetos previstos no requerimento de abertura da CPI.

Uma delas será para devassar contas de delatores do esquema da Petrobras, com a ajuda de uma empresa de investigação privada que será contratada pela comissão.

Parlamentares dizem que, regimentalmente, o presidente da CPI pode indicar sub-relatores, sem precisar passar por votação, para apurar fatos determinados previsto na CPI, assim como ele é responsável por indicar o relator.

No entanto, a criação dessas sub-relatorias e a restrição das investigações apenas às irregularidades ocorridas após 2005 podem ser contestadas, segundo os deputados.

Cabe recurso de partidos ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que de todo modo deve manter a decisão do colega de partido que comanda a CPI.

A alegação de parlamentares ouvidos pela reportagem é que investigações da estatal sob a gestão tucana foge do escopo da CPI.

A ementa do requerimento que criou a CPI diz que a finalidade da comissão é ”investigar a prática de atos ilícitos e irregulares no âmbito da empresa Petróleo Brasileiro S/A (Petrobras), entre os anos de 2005 e 2015”. O governo Fernando Henrique Cardoso terminou em 2002.

A CPI também deve dispor de verbas ”sem limites” para investigações. A ideia de membros da comissão é tentar mostrar que não será uma ”CPI de fachada” que ficará a reboque da Polícia Federal e do Ministério Público Federal e com risco de de repetir o modelo da comissão encerrada na legislatura passada.

Em dezembro, a primeira CPI da Petrobras aprovou o relatório do petista Marco Maia (RS) pedindo o indiciamento de 52 pessoas. O documento não incluiu políticos nem a então presidente da estatal, Graça Foster.

Junto à oposição, os peemedebistas também pretendem convocar todos os ex-diretores da Petrobras indicados pelo PT para prestar esclarecimentos sobre o esquema de corrupção na nova CPI.

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Category: Destaques

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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