Renan e Cunha agora preparam ofensiva contra Procuradoria (*)

By | 07/03/2015 7:00 pm

(Folha do sábado)

Incluídos na lista de investigados da Operação Lava Jato, o comando do Congresso prepara uma ofensiva casada no Senado e na Câmara contra a Procuradoria-Geral da República, responsável pelos pedidos de inquérito contra Renan Calheiros (PMDB-AL) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O presidente do Senado discutiu com peemedebistas nos últimos dias a criação de uma CPI para investigar o Ministério Público e duas propostas de igual teor na Câmara e no Senado, com objetivo de proibir a recondução do procurador-geral ao cargo.

Para investigadores da Lava Jato, Renan está usando o poder do cargo para tentar intimidar o Ministério Público e o Palácio do Planalto.

Desde que soube que seu nome estaria na lista do procurador Rodrigo Janot, Renan subiu o tom contra o Ministério Público e o governo. Ele tem dito que o país está à beira de uma crise institucional.

Tanto o senador quanto Cunha avaliam que Janot só os incluiu na lista de investigados por interferência do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), que rechaça a acusação. Como retaliação, parlamentares afirmam nos bastidores que chamarão Cardozo para depor na comissão, assim que ela for criada.

Esta semana, por exemplo, Renan devolveu à presidente Dilma Rousseff a medida provisória do ajuste fiscal que revia o programa de desonerações da folha de pagamento.

Na avaliação de integrantes do Executivo, Renan, muito mais acostumado a articulações de bastidores, está dando sinais de desespero. Para esses auxiliares presidenciais, ele está chantageando, ao mesmo tempo, Ministério Público e governo.

A ideia do comando peemedebista, segundo a Folha apurou, é apresentar uma proposta de emenda à Constituição, antes do fim do mandato de Janot, modificando artigo que permite a recondução do procurador-geral.

A proposta entrará em comissão especial. Pelo cronograma da dupla, a emenda iria ao plenário até maio e seria entregue a Renan em julho. O mandato de Janot termina em setembro.

Os parlamentares afirmam nos bastidores que são críticos à “dependência” do procurador em “servir” ao Executivo para ter a recondução. Janot poderá ser reconduzido ao posto se a presidente Dilma aceitar a indicação do Ministério Público e o Senado aprovar a sua nomeação.

Em outra frente, o PMDB quer aprovar proposta de emenda que estabelece mandato para ministros do Supremo Tribunal Federal. Renan já indicou a auxiliares de Dilma que não aceitará nomes apoiados por Cardozo para a vaga do ex-ministro Joaquim Barbosa no STF, que Dilma ainda não preencheu.

Já Cunha tem atuado de forma mais discreta e evita declarações públicas de guerra.

Comentário do programaQuem não deve não teme. Se não tivesse o “rabo preso”, o “bom moço” Renan Calheiros estaria procurando se defender e não atacando Janot que está no exercício exclusivo de sua missão constitucional. Renan já se meteu em outros “embrulhos” tendo que renunciar a cargos para evitar a cassação de mandato. Agora está atirando para todo lado. Contra o Governo e contra a Procuradoria Geral da República. (LGLM)

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Category: Destaques

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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