(Folha da quinta)
O empresário Cristiano Kok, presidente do conselho de administração da empreiteira Engevix, admite que pagou cerca de R$ 10 milhões em propina para o doleiro Alberto Youssef e diz ter feito isso para receber pelas obras que fazia para a Petrobras.
“Os políticos aparelharam a Petrobras para arrancar dinheiro das empreiteiras. Foi extorsão”, disse Kok, 69, em entrevista à Folha. “Agora, será que alguma empresa poderia ter denunciado que estava sendo extorquida pelo Paulo Roberto [Costa, ex-diretor da Petrobras]? No mundo real não dá para fazer isso.”
Acusada de participar do esquema de corrupção descoberto na Petrobras pela Operação Lava Jato, a Engevix está sendo processada por improbidade administrativa. O Ministério Público pede indenização de R$ 538 milhões pelos supostos delitos.
Entre os executivos processados, está um dos sócios da empreiteira, Gerson Almada, preso há mais de 120 dias. Empreiteira de tradição no setor, a Engevix hoje corre o risco de quebrar. Com várias empresas do grupo à venda para pagar dívidas, Kok conta que passou a rezar para pedir ajuda divina.