Folha de quinta-feira
Em reunião de três horas com Dilma Rousseff nesta quarta (25), os nove governadores do Nordeste entregaram à presidente uma carta de apoio e se comprometeram a ajudar a aprovar o ajuste fiscal –mas também apresentaram pauta de pedidos.
“Não podemos concordar que o legítimo exercício do direito de oposição e de livre manifestação seja confundido com teses sem qualquer amparo na Constituição”, diz a carta, em referência à pressão pelo impeachment de Dilma.
Os governadores afirmam apoiar “o combate incessante à corrupção, com a punição de todos os culpados”, mas entendem que o Brasil “não pode ser o país da agenda negativa e única”.
Sobre o ajuste fiscal, afirmam compreender a crise por que passa o Brasil e a necessidade das medidas, “de caráter transitório e emergencial”.
A ideia é que os governadores conversem com as bancadas de seus Estados no Congresso para assegurar que as medidas legislativas do ajuste sejam aprovadas.
Já a pauta apresentada pelos governadores à presidente pede maior acesso a crédito, continuidade de investimentos federais em andamento, novas fontes de recursos para a saúde –como a taxação de grandes fortunas–, início do Sistema de Segurança Único e aumento de ações contra a seca.
Dos nove governadores que assinaram o texto, sete são de siglas aliadas ao Planalto no plano federal e dois são do PSB.
Comentário do programa – Os governadores nordestinos pelo menos são coerentes. Afinal foi o Nordeste o maior responsável pela eleição de Dilma e somos culpados, mesmo os que nela não votamos, pela sua presença no comando do país. Afinal podiamos ter influído mais na opinião pública, apesar de ser difícil convencer os anestesiados pelo “bolsa-família”. Não concordamos com a ideia do impeachment, a não ser que houvesse nova eleição, o que é legalmente impossível. A não ser que algumas bombas caissem sobre os palácios onde moram Dilma e Temer e sobre o Congresso num dia em que estivesse cheio e sobre o Supremo Tribunal Federal, matando toda a cadeia sucessória. Os ajustes são necessários e devem ser aprovados. Mas Dilma está “perdida” e precisa ter a humildade de mudar completamente a sua maneira de conduzir o país. (LGLM)