Em meio a turbulências econômicas e políticas, que levaram o governo federal a amargar uma das mais altas taxas de reprovação popular da história, a Câmara dos Deputados também bateu um recorde neste início de 2015.
O plenário da Casa aprovou o maior volume de projetos legislativos dos últimos 20 anos que não precisam do aval do governo.
A Câmara é comandada desde fevereiro por um desafeto da presidente Dilma Rousseff e responsável por rebeliões contra a petista nos últimos anos: o peemedebista Eduardo Cunha (RJ).
Sob sua gestão, o plenário aplicou derrotas diárias ao Palácio do Planalto.
Aprovou medidas como o reajuste para servidores, a liberação de verbas para obras indicadas por congressistas e a emenda à Constituição –cuja votação não foi concluída– que pode retirar de Dilma o poder de indicar cinco ministros do Supremo Tribunal Federal, entre outras.
As propostas ganharam o aval da maioria dos deputados, apesar de oposição expressa do PT e da gestão de Dilma. “São dois meses que parecem que valem por um ano”, disse o líder do governo, José Guimarães (PT-CE).
“A base está dando sinais de que quer se recompor e garantir a governabilidade. Nós estamos no processo de aperfeiçoamento, de construção da nova relação”, completou.
Além de seu partido, o maior da Casa, Cunha hoje conta com o apoio da oposição e de parte da base dilmista –que não hesita em trair o Planalto em tempos de popularidade baixa.