Maioria quer impeachment de Dilma e não conhece vice (*)

By | 12/04/2015 7:47 am

(Folha neste domingo)

Quase dois terços dos brasileiros (63%) afirmam que, considerando tudo o que se sabe até agora a respeito da Operação Lava Jato, deveria ser aberto um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

O desconhecimento a respeito do que aconteceria depois disso, porém, é grande.

No grupo dos que defendem a abertura de um processo que, no fim, poderia resultar na cassação da petista, só 37% sabem que o cargo de presidente ficaria com o vice. Quando instados a mencionar o nome do vice, metade desse subgrupo erra.

Conclusão: só 12% dos eleitores brasileiros são a favor de um processo de impeachment contra Dilma, estão conscientes de que o vice assumiria o cargo e sabem que o vice é Michel Temer (PMDB).

Os números são de pesquisa Datafolha finalizada na sexta-feira (10), dois dias antes das manifestações programadas contra a presidente para este domingo. O instituto ouviu 2.834 pessoas. A margem de erro é de dois pontos.

Dilma não é investigada pela Operação Lava Jato, que descobriu a existência de um vasto esquema de corrupção na Petrobras, mas o Ministério Público Federal afirma que parte da propina paga pelas empresas que participaram do esquema foi repassada na forma de doações ao PT.

Embora o maior grupo da população apoie a abertura do processo de impeachment –posição que nenhum partido relevante defende explicitamente até agora–, a maioria (64%) não acredita no afastamento de Dilma. Menos de um terço (29%) acham que a presidente seria afastada.

O apoio aos protestos contra a presidente é alto (75%), assim como a taxa de eleitores que associam Dilma ao escândalo de corrupção na Petrobras, objeto da investigação da Operação Lava Jato.

Para 57%, Dilma sabia da corrupção na estatal e deixou acontecer. Outros 26% opinam que ela sabia, mas nada poderia fazer para impedir.

A pesquisa mostra também que a Lava Jato pode estar alterando a percepção dos brasileiros a respeito dos problemas do país. Pela primeira vez, o tema corrupção aparece empatado com saúde na liderança do ranking de maiores preocupações. Para 23%, o maior problema é a saúde. Para 22%, corrupção.

O instituto apurou um empate também –este no limite da margem de erro– ao simular uma nova eleição presidencial. Se Dilma fosse cassada e novas eleições fossem convocadas hoje, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) alcançaria 33% das intenções de voto contra 29% do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Comentário do programaEm comentário feito aqui há alguns dias, dizíamos que, numa hipótese de impeachment de Dilma, cairíamos nas garras do PMDB. Pela Constituição, no caso de vagar a presidência, o vice-presidente assume e cumpre o mandato até o fim. Aconteceu isso quando Itamar Franco assumiu depois de impeachment de Collo. Só no caso de nova vacância, ou seja se Michel Temer também fosse afastado, assumiriam, pela ordem, o presidente da Câmara, o presidente do Supremo Tribunal Federal e haveria uma nova eleição. Pelo povo, se as vacâncias ocorressem nos dois primeiros anos do mandato, ou pelo Congresso, se acontecesse nos últimos dois anos. Dilma este perdendo o controle, mas o impeachment dela talvez não tivesse até agora justificativa legal. Não poderá ser condenada pelo que fez antes de se eleger para o presente mandato. (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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