STF decide que cargo majoritário é do eleito

By | 30/05/2015 8:38 pm

 

(Folha na quinta-feira)

Um dia depois de o PT de São Paulo reivindicar na Justiça Eleitoral a cadeira da senadora Marta Suplicy, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta quarta-feira (27) que a perda do mandato em razão da troca de partido não se aplica a cargos majoritários.

A decisão, por unanimidade, foi uma resposta a recurso da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra resolução da Justiça Eleitoral que estendia os critérios de fidelidade partidária a políticos eleitos para cargos majoritários: presidente da República, governadores, prefeitos e senadores.

Ela servirá de parâmetro para o julgamento do caso envolvendo a senadora, que deixou o PT no final do mês passado e deve concorrer à Prefeitura de São Paulo em 2016.

Os ministros Marco Aurélio Mello e Dias Toffoli, atual presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), citaram a situação da parlamentar durante a sessão da Suprema Corte.

“Marta Suplicy deve estar de alma lavada, para dizer o mínimo”, brincou Mello.

O resultado foi comemorado pela senadora. “O país tem sólidas instituições. A histórica decisão, referendando que na eleição majoritária deve-se respeitar a soberania popular e as escolhas dos eleitores, coloca fim a polêmicas, prevalecendo o principal instrumento da democracia: o voto”, afirmou Marta, em nota.

O relator da ação no STF, Luís Roberto Barroso, lembrou que, em 2014, apenas 7% dos 513 deputados federais foram eleitos por votação própria, sem se beneficiar de votos computados a correligionários e à legenda.

“Se um candidato eleito ao Senado Federal com mais de 1 milhão de votos muda de partido, assumiria o suplente. Joga-se fora um milhão de votos e dá-se o cargo para quem não teve voto nenhum e muitas vezes o eleitor nem sabe o nome”, argumentou.

A resolução do TSE estabelecia que os mandatos pertenciam à sigla, não ao político. Por isso, desfiliações sem justa causa estavam sujeitas a punição de perda do mandato.

No caso de deputados e vereadores, as siglas ainda podem reivindicar o mandato se eles trocarem de partido.

A avaliação no comando nacional do PT foi de que o presidente estadual da sigla, Emídio de Souza, cometeu um “erro estratégico” ao ter reivindicado o cargo de Marta.

A ideia sofria resistência da cúpula do partido, mas Souza argumentou estar sob pressão para adotar uma medida contra a senadora.

Comentário

Category: Nacionais

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *