Desarticulação chega ao Senado e alarma governo (*)

By | 11/07/2015 4:51 pm

(Folha neste sábado)

A desarticulação da base governista chegou ao Senado. A derrota sofrida pelo Palácio do Planalto nesta quarta-feira (8), quando senadores aprovaram a extensão da política de reajuste do salário mínimo para todos os benefícios previdenciários, deixou o governo desnorteado.

As traições, até agora, estavam mais concentradas na Câmara. Mas o comportamento dos senadores aliados nesta semana mostrou um quadro preocupante de fragilidade política, segundo assessores presidenciais.

Na avaliação do governo, o sinal, que estava amarelo, está perto de vermelho. Isto porque, segundo assessores da presidente Dilma Rousseff, até “senador que tem cargo e ganhou outros recentemente votou contra o governo”. Um articulador do Planalto diz que isto “é o fim”.

O governo perdeu votação da emenda que derrubava a extensão do aumento do mínimo para todos os aposentados, incluída pela Câmara.

O placar foi de 34 votos contra e 25 a favor do governo. Nada menos que 14 aliados não apareceram e outros 12 votaram contra o Planalto.

A situação foi resumida da seguinte maneira: num clima destes, toda medida que o Planalto envia ao Congresso acaba virando uma arma contra a presidente.

Após a votação, o governo identificou mais de um motivo para a derrota, tida como “preocupante”. O primeiro é que muitos senadores não apareceram ou votaram contra em retaliação ao Planalto.

Senadores disseram à equipe de articulação política que estão cansados de o governo prometer “mundos e fundos” e não atender ninguém.

Nesta conta estão não só cargos, mas a falta de atendimento de demandas de projetos específicos, como os que beneficiam o Amazonas, levando os senadores do Estado, aliados, a não votar.

Nada menos que sete senadores do PMDB, partido do vice Michel Temer, articulador político do governo, votaram contra o Planalto.

Outro motivo apontado para o revés é a falta de um controle maior do Planalto nas votações no Senado. Segundo um senador aliado, falta comando à tropa e avaliação do melhor momento de votar.

Um recado para o líder da bancada governista, Delcídio Amaral (PT-MS), que não estaria buscando ajuda para dividir sua tarefa. Ele atribui a derrota à crise política.

Além disso, é lembrado que Temer sempre teve dificuldades nas votações no Senado por enfrentar certa resistência do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).

As ausências na votação da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), ex-ministra da Casa Civil, e do líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE), foram muito comentadas.

A primeira depois pediu que seu voto fosse contado como pró-governo. Já Eunício, segundo amigos, mandou recado para o Planalto, mas oficialmente diz que estava em audiência fora do Senado e não sabia que o projeto seria votado.

Comentário do programaO Governo Dilma está mais perdido do que cego em tiroteio. (LGLM)

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Category: Nacionais

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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