Uol 25/07/2015 11h10
Presos desde junho, oito executivos das empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez foram transferidos na manhã deste sábado (25) para um presídio comum em Pinhais (região metropolitana de Curitiba).
A transferência foi autorizada pelo juiz Sergio Moro, nesta sexta-feira (24).
Agora, os executivos, que cumprem prisão preventiva, ficarão no Complexo Médico Penal, onde já estão outros oito presos da Operação Lava Jato – que investiga o pagamento de propina em contratos da Petrobras.
Entre os transferidos, estão os presidentes das empreiteiras: Marcelo Odebrecht, da Odebrecht, e Otávio Marques de Azevedo, da Andrade Gutierrez. Todos negam participação no esquema e dizem que as prisões são desnecessárias.
Uma ala foi reservada no Complexo Médico Penal para os investigados da operação. Entre os detidos no local, estão o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o ex-diretor da Petrobras Renato Duque e os ex-deputados André Vargas, Luiz Argolo e Pedro Correa.
A transferência foi feita a pedido da Polícia Federal, que afirmou que a carceragem já não suportava mais, por questões de segurança e estrutura, manter os presos.
“De fato, a carceragem da Polícia Federal, apesar de suas relativas boas condições, não comporta, por seu espaço reduzido, a manutenção de número significativo de presos”, escreveu Moro no despacho.
Com a mudança para o Complexo Médico Penal, os presos terão algumas mudanças na rotina. A pior delas é em relação à comida. Considerada “intragável”, segundo relatos de pessoas que têm contato com os detentos, ela é o principal motivo de reclamação.
A maioria dos réus que estão no presídio já emagreceu alguns quilos depois da chegada à nova estadia.
Os investigados dividirão uma cela para três pessoas. No local, há três camas de concreto, uma pia e uma latrina.
O banho é coletivo, e, até pouco tempo, o chuveiro era frio –um problema na caldeira fez com que os presos ficassem sem água quente por dois meses, entre abril e maio. A situação já foi normalizada.
Outra diferença é em relação às visitas. Na sede da PF, os presos só podem tocar nos visitantes nos encontros que acontecem na última quarta-feira do mês. Os demais contatos semanais, também às quartas, são no parlatório, onde os presos são separados por um vidro, com duração de aproximadamente 20 minutos.
No Complexo Médico Penal, as visitas acontecem todas as sextas e têm duas horas e meia de duração. Além disso, todas são presenciais, sem vidros para separação.