Mais crise hídrica e racionamento em 2016 (*)

By | 25/07/2015 8:30 pm

(Jornal da Paraíba, na quarta-feira)

A crise hídrica na Paraíba pode se intensificar em 2016 e o racionamento deve ser ampliado no interior do Estado. A meta da Agência Nacional de Águas (ANA) é preservar até 2017 o volume total de água de todo o Estado, que atualmente é de 3.744.146.172 metros cúbicos (m³). Caso não exista a combinação de chuva e economia por parte da população e a meta não seja alcançada, o racionamento pode ser ampliado para outros municípios do interior e Litoral do Estado. O alerta foi emitido durante reunião entre os representantes da ANA, Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa), Secretaria de Estado de Recursos Hídricos do Estado (Serhmact) e Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), que discutiram ontem medidas de gerenciamento do uso da água durante o período crítico.
Segundo Paulo Lopes Varella Neto, diretor de gestão da ANA, a situação é de gravidade, pois a Paraíba vivencia um período de estiagem histórico. Há alguns meses, os gestores vêm se reunindo para fazer com que a água possa ser usada pela população com o máximo de eficiência, para garantir o abastecimento e funcionamento das cidades durante este ano. “A palavra de ordem é economizar. Não tem nenhuma mágica, a água que usamos no Nordeste vem dos açudes que se recompõem com a chuva. As indicações são de que no próximo ano as chuvas também serão bastante escassas, portanto, não podemos contar com elas. A transposição também não está em uma margem tão acelerada. Resta-nos economizar. O chamado é para toda a população”, alertou.
Para 2016, o alerta é ainda maior. Conforme o diretor da ANA, as indicações são de poucas chuvas, o que fará com que o racionamento no interior seja ampliado. “É preciso que a população se conscientize sobre a gravidade da situação. O próximo ano será ainda mais difícil, vamos ter que enfrentar restrição de água. Os pequenos açudes, em sua maioria, estão secos e estamos dependendo dos açudes plurianuais, que também estão com problemas. Pelo volume que temos armazenado, manteremos esse ritmo até o próximo inverno; nosso objetivo é chegar ao inverno de 2017. No interior, teremos a ampliação do racionamento, mas ainda não definimos onde e como vai ser. As cidades precisam saber usar cada gota de água. Pois, se exaurirmos os limites dos reservatórios, não teremos onde buscar”, considerou Paulo Lopes.

Para o presidente da Aesa, João Fernandes da Silva, é preciso estabelecer medidas para manter o volume já armazenado. Em escala de prioridades, será definida a sequência de uso moderado, restrição do uso urbano e restrição do uso humano e animal. “A situação é crítica, mas está sendo gerenciada. É óbvio que no Litoral não existe falta de água; o Brejo já começa a reverter o quadro; no Curimataú, Cariri e Sertão, o inverno já se encerrou e as perspectivas não são das melhores. Esperamos até janeiro do ano que vem e vamos administrar o uso da água. Se soubermos usar, não vai faltar”, pontuou.

Sobre a possibilidade de racionamento no Litoral, o presidente da Aesa tranquiliza a população sobre uma ação imediata, contudo, alerta para esta possibilidade após 2017, caso não haja conscientização do uso correto da água. “Precisamos usar com parcimônia o grande volume do Litoral, pois pode ser que ela sirva para outras regiões do Estado. É pouco provável que ampliemos o racionamento para o Litoral. Na verdade, não trabalhamos ainda com essa hipótese, mas sabemos que os reservatórios do Litoral são nossa reserva”, revelou João Fernandes.
O presidente da Cagepa, Marcos Vinícius, defendeu que a realização de ações preventivas são fundamentais para evitar a perda de água; uma delas é a fiscalização das fraudes. A perda geral do sistema, que hoje é de 36,7%, é medida pela perda física, por fraude e por faturamento.

SITUAÇÃO HÍDRICA DA PARAÍBA:
Capacidade máxima total de água do Estado: 3.744.547.815

SITUAÇÃO DOS RESERVATÓRIOS:
39 reservatórios em situação crítica
36 em observação
45 com capacidade armazenada superior a 20%
do volume total 4 reservatórios sangrando

SITUAÇÃO DOS DOIS PRINCIPAIS RESERVATÓRIOS: 
Coremas/Mãe D’água: Abastece 25 cidades da PB e 4 do Rio Grande do Norte
Perda de 1.900 litros por segundo – Atualmente com 20,3% da capacidade total
Boqueirão: Abastece 60 cidades paraibanas e 18 do Rio Grande do Norte
Perda de 281 litros por segundo – Atualmente com 17,4% da capacidade total

RACIOANMENTO  
(Dos 223 municípios):

35 em colapso total
66 em alerta
71 estado normal

Comentário do programa Enquanto todo mundo prega a economia da água, a Prefeitura de Patos continua a usar água da Cagepa para aguar os canteiros da rua Solon de Lucena. Segundo meu amigo Chico Sátyro, todo dia entre quatro e cinco horas da manhã, um funcionário da Prefeitura liga uma mangueira em uma torneira existente quase em frente a sua loja ali na rua Solon de Lucena e irriga os canteiros da Solon de Lucena até a frente do Banco do Nordeste. E Chico fica “gozando” com a minha cara quando no domingo eu aconselho os patoenses a economizarem água enquanto a prefeitura continua a desperdiçar e funcionários da prefeitura têm a desfaçatez de dizer que a prefeitura só usa água de poços. (LGLM)

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Category: Destaques

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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