(Jozivan Antero, no Patos Online)
Em meio à agitação da Rua Epitácio Pessoa, uma das principais avenidas do centro da cidade de Patos, uma cena chama a atenção dos apressados cidadãos em seus carros, bicicletas ou mesmo daqueles que caminham no dia a dia da “Capital do Sertão”. O moto-taxista Aécio Batista com suas mãos ágeis tece a tarrafa que será usada por pescadores espalhados pelo sertão ou mesmo em outras partes do país.
Aécio Batista é moto-taxista da Praça Moda Mania, que também está localizada na Rua Epitácio Pessoa. Entre uma corrida e outra ele tece a tarrafa que demora em média 15 dias para ficar completamente pronta para ser comercializada ao preço de R$ 150,00. Aécio relata que mais da metade desse recurso é gasto com material que consiste em linha de nylon, corda sintética e chumbo.
A árvore no canteiro central da avenida ajuda no apoio onde a tarrafa começa a ganhar forma. O movimento das mãos é intenso e chama a atenção pela destreza dos pontos e nós que são feitos. A arte artesanal de fabricar tarrafas tem milhares de anos de acordo com pesquisas realizadas, no entanto, está cada vez mais raro encontrar os chamados tarrafeiros, pois a profissão não encontra novos artesãos.
“É uma tarefa extra que a gente consegue para manter o pão de cada dia. No intervalo de uma corrida eu estou tecendo aqui tarrafa. É uma coisa que eu aprendi quando criança e é maravilhoso, eu tenho prazer também, pois dá prazer também. Eu acho bom”, relata Aécio que ainda diz: “Eu comparo tarrafeiro como uma rendeira, é como cantador de viola, está ficando em extinção! Tem que segurar as raízes. Eu conheço uns cinco quatro tarrafeiros pelo Jatobá”, complementa.