Nesse mundo moderno, o valor das pessoas é medido pelo que elas têm e não pelo que elas são. E quanto mais têm, mais querem ter, crescendo numa grandeza colossal. É ilimitado o ímpeto de ter, em contraponto ao ser. O brilhar do metal sobrepuja o brilho da alma.
Pessoas vendem a dignidade e subvertem o amor-próprio em troca de algumas moedas. O sentido da vida vale menos do que a matéria…
O corpo é “negociável” e a fraqueza da alma é abraçada pelos poderosos tentáculos da ganância…
E seguimos, trocando-nos pelo fútil, ilusório, perecível… Tudo olhamos e fechamos os olhos para nós mesmos. Vivemos, mas por dentro a nossa verdadeira vida está morrendo…
Há o tempo do erro, há o tempo da remissão, Senhor, “não nos deixeis cair em tentação!”
(Do livro “Pequenas Lições de Sabedoria”, de Inácio Dantas, publicado pela Editora Vozes)