(Folha na quinta-feira)
Em rápida votação secreta, o plenário do Senado aprovou, na noite desta quarta-feira (26), a recondução do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para mais dois anos de mandato. Foram 59 votos favoráveis, 12 contrários e uma abstenção.
Atualmente, 13 senadores são alvos de inquérito na Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), incluindo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). As investigações da operação relativas a políticos, que têm foro privilegiado, são conduzidas pelo procurador-geral.
Em 2013, Janot havia sido aprovado para o primeiro mandato no cargo por 60 votos a favor e 4 contrários.
O procurador-geral passou por mais de dez horas de sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Acusado de promover vazamentos de informações sigilosas, Janot defendeu a legalidade da Operação Lava Jato. Na comissão, Janot foi aprovado por 26 votos a 1.
O único senador que partiu para o enfrentamento com o procurador-geral na sabatina foi Fernando Collor (PTB-AL), denunciado por Janot ao STF (Supremo Tribunal Federal) na semana passada.
Janot chegou ao Senado por volta das 9h30, acompanhado de assessores e procuradores, enquanto Collor se sentou na primeira fila da comissão às 9h40, em frente ao lugar onde o procurador-geral ficaria durante a sabatina.
Em sua fala inicial, Janot disse não querer a recondução por “ego”, mas para “servir à nação”. E afirmou que as investigações conduzidas pelo órgão ocorrem “sem desviar-se da legalidade”.
Janot defendeu as delações premiadas que deram impulso à Lava Jato e disse que a maioria delas foi firmada por investigados que não estavam presos. “[A delação premiada] traz essa ajuda para orientar a coleta de prova e, de outro lado, tornar mais célere o processo penal. É um instrumento poderoso”, afirmou.