(Jozivan Antero, no Patos Online)
O Agente da Polícia Federal, Francisco Torres, que reside e presta serviço em Patos, é bacharel em Segurança Pública, bacharel em Ciências Jurídicas, pós-graduado em Segurança Pública pela Academia de Polícia Federal e também graduado em ciências criminais, foi o entrevistado para discutir sobre Segurança Pública nesta quinta-feira, dia 03. A entrevista foi concedida ao Programa Polêmica, lavado ao ar das 18 às 19h00 na Rádio Espinharas, em Patos.
Torres, como é mais conhecido, é representante do Sindicato da Categoria dos Policiais Federais e tem debatido sobre a Segurança Pública em diversos locais devido às debilidades de uma área tão sensível dentro da sociedade e ao mesmo tempo tão complexa. Para Torres, o sistema de Segurança Pública adotado pelos Governantes em nível Federal e Estadual está falido por uma série de questões, entre estas: falta de discussão na sociedade sobre as falhas que já foram detectados após estudos de especialistas e cientistas no assunto; falta de mudanças nas leis que regem a Segurança Pública; militarismo dentro da Polícia, dentre outras.
Torres fez críticas a criação da Força Nacional de Segurança Pública, pois, para ele, a Força Nacional é muito mais uma ação midiática que de resolução de problemas pontuais, pois são apenas 200 homens. “Custa caro e não resolve nada. A Força Nacional tira homens de contingentes dos Estados que já é pouco e demais só serve para duas coisas: fazer intervenção em movimentos paredistas, especialmente das Polícias Militares, bem como para o Governo Federal dizer para a população que o governo está fazendo alguma coisa”, relata Torres.
O Policial Federal disse que a falta do ciclo completo de polícia é outro grande erro, pois uma polícia depende de outra, no entanto, não faz um trabalho em conjunto para solucionar crimes ou mesmo investigar para desbaratar quadrilhas e etc.
Sobre o contingente de homens na Segurança Pública, Torres fez duras críticas ao pouco número disponibilizado na Polícia Militar nos Estados e o pouco número também na Polícia Federal no país. Torres fez observações sobre a forma que trabalha a Polícia Federal nos Estados Unidos e como funciona a do Brasil.
Comentário do programa – Francisco Torres de Morais Filho é um policial dos mais competentes. Com larga experiência e preparo intelectual, fala de um assunto de que realmente entende. Ele tem toda razão nas críticas que faz ao sistema de segurança pública brasileira. Um dos grandes problemas, apontado por ele é a falta de integração dos trabalhos feitos pelas quatro polícias: federal, militar estadual, civil estadual e rodoviária federal. Ao invés de trabalharem de forma integradas elas trabalham como concorrentes, com o que termina havendo dispersão de esforços e às vezes até termina uma atrapalhando a outra. Lembramos aqui um fato que aconteceu há uns dez anos atrás num caso de roubo de cargas. A polícia federal fazia uma ampla investigação que visava a desbaratar várias quadrilhas que atuavam na área em todo o Nordeste, quando numa ação paralela uma das polícias estaduais efetuou a prisão de um pequeno grupo local, prejudicando o trabalho mais amplo que estava sendo feito pela polícia federal. Outra concorrência que muitas vezes atrapalha é com relação ao tráfico de drogas. Enquanto a polícia federal faz um trabalho que visa desbaratar grandes quadrilhas de traficantes, este pode ser prejudicado por uma ação de uma polícia estadual por falta de uma comunicação entre as duas polícias. A predominância não deveria ser de nenhuma delas, mas todas deviam se integrar em um trabalho comum. Sempre dando informações umas às outras para que o resultado fosse mais efetivo. (LGLM)