O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), disse a empresários, em São Paulo, que “ninguém suporta mais” a elevação da carga tributária no Brasil e defendeu o corte de gastos da máquina pública como fórmula para superar a crise. A fala ocorreu horas antes de o governo anunciar que vai propor a reoneração de setores como o de bebidas e eletrônicos.
A fala do vice –feita durante um fórum promovido pela revista “Exame”, nesta segunda-feira (31)– evidenciou o distanciamento de Temer do comando do governo Dilma Rousseff (PT).
Durante sua exposição, o vice frisou que havia falado com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na noite anterior ao discurso e disse ter sugerido a ele a adoção de medidas como o enxugamento dos gastos da máquina pública e a revisão de contratos firmados pelo governo.
A condenação à elevação da carga tributária ocorreu num momento do discurso em que Temer afirmou querer “registrar fatos”. “Não vamos pensar em carga tributária mais elevada. Ninguém quer isso, ninguém suporta mais isso”, disse.
Ele foi aplaudido e retribuiu dizendo que comunicaria o gesto de aprovação ao seu discurso a Levy e Nelson Barbosa, ministro do Planejamento –os dois integrantes do governo que anunciaram o aumento da tributação de alguns setores nesta segunda, em Brasília.
Em diversos momentos, o vice fez ponderações que soaram como críticas veladas aos caminhos escolhidos pela presidente Dilma e seu partido, o PT, para enfrentar a crise de confiança no governo.
Ele disse, por exemplo, que o corte de gastos na máquina pública seria “aplaudido pela sociedade”. “O que a sociedade não aplaude é o retorno repentino, de supetão, como ia ocorrer com a CPMF, de um tributo”, emendou.
Temer afirmou ainda que as crises política e econômica só serão superadas se o governo buscar “harmonia social e harmonia entre os Poderes”. “Não adianta agir de cima para baixo. É preciso, muitas vezes, que as coisas venham de baixo para cima.”
Comentário do programa – Michel Temer tem toda razão. O brasileiro já não suporta mais tanto imposto. Está na hora de o Governo Federal começar a cortar gastos. Principalmente com cargos comissionados dados por motivação política. (LGLM)