Dilma tenta reagir e procura substituto para Mercadante

By | 13/09/2015 6:27 am

 

(Folha na sexta e sábado)

Um dia após o rebaixamento do Brasil pela agência internacional de classificação de risco Standard & Poor’s, a presidente Dilma Rousseff começou a cogitar mudanças no coração do seu governo, indo em busca de um substituto para o chefe da Casa Civil, o petista Aloizio Mercadante.

O ministro foi um dos principais defensores da ideia de apresentar ao Congresso uma proposta de Orçamento com previsão de deficit de R$ 30,5 bilhões, movimento que ampliou desconfianças do mercado sobre o governo e precipitou a perda do selo de bom pagador que o país tinha.

Dilma busca um nome que atue como espécie de “primeiro-ministro” e que não seja filiado ao PT. Segundo assessores, ela percebeu que precisa fazer um movimento de impacto, com ressonância política, para tentar sair da grave crise que paralisa o governo.

Ela cogita até alguém de fora da política, mas com receptividade na base aliada e na oposição, tentativa de melhorar a governabilidade e evitar novas derrotas no Congresso.

Não é a primeira vez que se especula sobre a saída de Mercadante. O ex-presidente Lula defendeu há meses para Dilma sua substituição por Jaques Wagner, hoje na Defesa.

O PMDB, do vice, Michel Temer, também já pediu a saída de Mercadante, alegando não ter bom entendimento com ele, que é considerado voluntarista e centralizador.

Segundo relatos de interlocutores, a própria Dilma avalia que ele falhou em negociações estratégicas no início de seu segundo mandato.

Uma das principais reclamações de aliados de Temer é que as discussões para distribuição de cargos paravam quando chegavam na Casa Civil. Recentemente, a indicação para uma vice-presidência da Caixa gerou atrito entre o vice e Mercadante.

Ministros ouvidos pela Folha dizem, porém, que Mercadante não sai do governo. Deve ele ser transferido para outra pasta na reforma que Dilma promete. Em agosto, o Planalto anunciou a redução de dez ministérios e o corte de cargos comissionados.

Além disso, ponderam os auxiliares de Dilma, a presidente já mudou de ideia outras vezes sobre a situação de Mercadante e nada impede que isso aconteça novamente, ainda mais em um momento de instabilidade.

A ideia é que o novo ministro da Casa Civil consiga “passar segurança ao meio político” e montar uma estrutura burocrática que ajude o governo a melhorar a gestão e a relação com os aliados.

No Congresso, as movimentações pelo impeachment da presidente ganharam força com o recrudescimento da crise econômica a partir da perda do selo de bom pagador pelo Brasil.

Dilma enfrenta processos no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que pedem a cassação de seu mandato, e a análise das contas de 2014 pelo TCU (Tribunal de Contas da União), que também serve de munição para quem defende o impedimento.

Na reformulação da equipe do Planalto em estudo pela presidente Dilma Rousseff, o PT não quer perder o comando da Casa Civil, hoje nas mãos de Aloizio Mercadante.

Segundo a Folha apurou, o partido da presidente aceita e até estimula a troca de Mercadante, mas quer ver no seu lugar o ministro da Defesa, Jaques Wagner, nome preferido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Category: Destaques

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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