Marcos Eugênio (Assessoria)
O Hospital Regional de Patos Dep. Janduhy Carneiro realizou no final da tarde de ontem, sexta-feira 11, sua primeira cirurgia de coração, uma pericardiotomia, abertura do saco membranoso pericárdio que rodeia o coração, para a retirada de líquido. A equipe médica foi coordenada pelo cirurgião cardíaco Jairo Leal.
Ele explicou que o procedimento cirúrgico é de emergência e caso não haja rápida intervenção, o paciente pode entrar em coma e vir a óbito. “O risco de uma transferência de um paciente nestes casos é muito alto. Como o Hospital de Patos não dispunha de cirurgia cardíaca, esses pacientes, ou vinham a falecer, ou quando conseguiam transferência, eram operados em João Pessoa ou Campina Grande”, enfatizou.
Dr. Jairo diz que esse procedimento não se compara a um de ponte safena ou de válvula, algo longe ainda de acontecer no Regional de Patos, mas trata-se de um importante passo na instituição de cirurgias cardíacas, tanto para esse tipo de doença como para pacientes vítimas de tiros, facadas que porventura venham atingir a cavidade cardíaca. Hoje o Janduhy Carneiro tem condições de realizar tal procedimento.
O primeiro paciente a passar por procedimento cirúrgico de coração no HRP sofria de insuficiência cardíaca, ou seja, o coração não conseguir bombear o sangue em volume suficiente para suprir as necessidades de todo o organismo. “Ele não conseguia respirar direito e não aguentaria chegar a Campina Grande ou João Pessoa com o coração comprimido pelo líquido”, comenta Jairo.
Apresentar um quadro de líquido preso no coração, dificultando este a trabalhar normalmente, é característica de paciente com insuficiência cardíaca, uma das inúmeras patologias que atingem esse órgão vital, e que tem indicação de cirurgia de urgência. O cirurgião informou que a cirurgia demorou menos de uma hora e que é inadmissível hoje em dia se perder um paciente por ausência de um procedimento relativamente simples.
O Hospital Regional de Patos não conseguia realizar esse tipo de intervenção por falta de especialista na área. O médico Jairo Leal diz que veio residir em Patos e fala que a demanda é muito grande, como também os desafios que virão, com a possibilidade do HRP fazer ponte de safena e de válvula cardíaca. Este é um projeto de descentralização de serviços de alta complexidade que vem sendo construído pelo Governo do Estado para a região, com apoio dos profissionais médicos e do Hospital Regional.
Nesse projeto consta também a realização de cateterismo. Hoje o paciente infartado que necessita dessa intervenção, segundo Jairo, é transferido para Campina Grande ou João pessoa, isso quando consegue, já que a fila é enorme e muitos não resistem. “A gente tem condições de realizar isso aqui no Hospital Regional, que tem estrutura, UTI, bloco cirúrgico, anestesistas bons, equipe de enfermagem e só faltava o cirurgião cardíaco, e que hoje dispõe”, diz o médico.
Além dessa cirurgia de coração inaugural no HRP, Jairo destaca a vinda do Círculo do Coração, do qual faz parte, que está possibilitando salvar a vida de inúmeras crianças, com diagnóstico e tratamento. “O que queremos aqui é fazer o círculo do coração com os adultos, para que os que precisem de marca-passo, ponte safena, válvula não tenham que ir para outros centros de tratamento.
A equipe responsável pela primeira cirurgia de coração no HRP foi comporta pelo cirurgião cardíaco Jairo Leal, anestesista Marconi Lustosa, enfermeira Jarina de Sousa, toda equipe do centro cirúrgico, e do cardiologista Klauber Marques, que acompanhou o paciente.
Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil mais de 300 mil pessoas morrem por ano vítimas de doenças do coração, quase 30% dos óbitos que ocorrem no País.