(Jozivan Antero, no Patos Online)
Durante audição especial do Programa Polêmica desta quinta-feira, dia 10, levado ao ar das 18 às 19h00 pela Rádio Espinharas FM, em Patos, os professores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Campus VII/Patos, Adriano Vital, Rosangela Medeiros e Francisco Sibério debateram sobre a educação, em especial a universidade.
A UEPB está enfrentando uma greve que já dura 6 meses na categoria dos técnicos administrativos e de quase 4 meses entre os professores. As categorias exigem melhores condições de trabalho, de instalações, de investimentos para pesquisas, além de reajuste salarial devido à defasagem inflacionárias dos últimos anos. Até o momento não se tem prazo para o fim do movimento grevista, pois nem Governo Estadual e nem Reitoria atendem as reivindicações.
Perguntados sobre se as greves não depõem contra a própria categoria devido ao desgaste na sociedade, os professores foram consensuais em afirmar que não. De acordo com a professora Rosangela Medeiros, as greves são um direito de todos os trabalhadores. “A greve é muito educativa, pois é somente nas greves que se pode sair da correria do dia a dia e você pensar, e juntar forças para alcançar seus objetivos. Na crise atual de crise financeira, o trabalhador que ficar calado ele não vai ter nenhuma garantia de reajuste. A greve não depõe contra nosso trabalho e nossa função de educar. Nós temos tentado em várias atividades que as pessoas, a comunidade acadêmica e a população possa participar e entender, por exemplo, os números da UEPB, o histórico da universidade. É uma oportunidade de discutir porque tanta precarização na universidade…”, relata professora Rosangela.
O debate também trouxe a tona a precarização e os cortes financeiros drásticos na educação pública realizados pelo Governo Federal. Os cortes tem prejudicado de forma nociva a qualidade do ensino no país. O Governo Federal também foi criticado por beneficiar as instituições de nível superior privadas em detrimento do setor público. A doação de área nobre para as Faculdades Integradas de Patos (FIP) por parte do Governador Ricardo Coutinho (PSB) enquanto o Campus da UEPB não dispõe de local próprio foi visto de forma negativa durante o debate.
Comentário do programa – Concordo plenamente com a luta dos profissionais de educação por melhores salários e melhores condições de trabalho, só não concordo com a utilização abusiva das greves no serviço público. Greve na iniciativa privada dá prejuízo ao patrão que termina negociando para não ter um prejuízo maior. Mas a greve no serviço público penaliza o povo. Que prejuízo sofreu o Governo até agora com a greve dos professores, nos mais diversos níveis? Nenhum. Que prejuízo estão sofrendo os alunos com meses de greve nas escolas? A mobilização pode ser feita de outras maneiras. Dando aula no meio da rua, invadindo repartições, bloqueando ruas, fazendo passeatas, dando cursos nas praças, fazendo comícios e assim por diante. Nas greves, meia dúzia fica mobilizada e os demais nem saem de casa. Um exemplo disso são as próprias assembleias que decidem as paralizações, muitas vez nem dez por cento da categoria se reúne. Com relação à crítica ao governo do Estado pela cessão da antiga cadeia pública para as FIP temos que lembrar, por amor da verdade, que não se tratou de uma doação, mas de uma permuta. O Governo trocou o prédio da antiga cadeia por uma nova penitenciária feminina toda equipada. Não me cabe analisar quem ganhou ou quem perdeu na troca, pois teria que ser feita uma avaliação do imóvel cedido e uma avaliação da nova penitenciária toda equipada, o que certamente os técnicos do Governo fizeram. De qualquer maneira, o Estado não vai gastar nada na troca. E tenho certeza de que nenhuma Escola iria querer funcionar na antiga cadeia, por bem localizada que ela esteja, sem um investimento pesado para torna-la utilizável. (LGLM)