Tem início nesta terça-feira, dia 06, a greve nacional dos trabalhadores em instituições bancárias. Durante entrevista na noite desta sexta-feira, dia 2, no programa Polêmica, levado ao ar pela Rádio Espinharas FM, um dos representantes da categoria dos bancários na cidade de Patos e região, Cleodon Bezerra, falou sobre como acontecerá o movimento paredista e quais os motivos que levaram a adesão dos trabalhadores.
A proposta oferecida pela representação dos banqueiros para o reajuste salarial dos trabalhadores foi de 5,5% e abono de R$ 2.500,00. Cleodon Bezerra disse que a proposta não repõe nem a inflação que foi publicada de forma oficial que ficou em 9.8%. Cleodon fez questão de destacar que o lucro dos bancos foi de 40%, sendo o setor que mais faturou no Brasil. A falta de acordo entre representação patronal e dos trabalhadores levou ao movimento grevista.
Outro fator destacado pelo bancário diz respeito ao atendimento à população que vem sendo prejudicado pela falta de funcionários, ausência de concursos nas instituições públicas e as contratações reduzidas nos setores privados. Cleodon criticou a política de terceirização que está sendo imposta pelos bancos e que disse que seria ainda pior se o projeto da terceirização tivesse passado no Congresso Nacional.
O bancário comentou que os serviços essenciais serão mantidos, tais como compensação dos envelopes depositados nos caixas eletrônicos e atendimentos nos correspondentes bancários. Cleodon fez críticas à agência do Banco Itaú na cidade de Patos que está desrespeitando regras de atendimento ao público. O bancário também tornou público o superfaturamento das instituições bancárias.
Comentário do programa – Apesar das sucessivas greves no serviço público, temos pouco falado sobre elas aqui no programa. Nós somos favoráveis às reivindicações dos trabalhadores quando buscam melhores condições de trabalho, inclusive a reposição das perdas salariais, mas as greves, nem sempre são o melhor caminho. No setor privado, como no caso dos bancários, a greve prejudica o patrão, que tem prejuízo com os dias parados e é forçado a negociar. Como ele tem prejuízo com a paralização, quanto mais rápido negociar menos prejuízo terá. Os bancários têm toda a razão nas suas reivindicações. Nos nossos tempos de bancários participamos de todas as greves tanto aqui como em Recife, pois as razões eram justas e a greve era o melhor caminho. Fazíamos panfletagem, participávamos dos piquetes, discutíamos com os colegas que queriam “furar” as greves. No serviço público não faço greve, pois o grande prejudicado é o trabalhador que fica privado de serviços essenciais. Participamos, na medida do possível das mobilizações, mas não paramos. Com os bancos fechados pode-se recorrer às lotéricas, aos correspondentes bancários. Com o INSS, o Ministério do Trabalho, as escolas fechados, o povo não tem a quem recorrer e o governo não tem prejuízo nenhum, por isso suporta greve de dois, três meses, sem nenhum interesse em negociar. (LGLM)