Nota de Repúdio – Chacina de Unaí
O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho – Sinait repudia, veementemente, a manobra jurídica adotada pelos advogados dos réus acusados de serem os mandantes e intermediários da Chacina de Unaí que levou ao adiamento do julgamento que deveria ter começado nesta quinta-feira, 22 de outubro, em Belo Horizonte (MG).
Numa clara atitude protelatória, os advogados criaram polêmica sem sentido com o Ministério Público Federal e fizeram um verdadeiro teatro ameaçando se retirar do Tribunal do Júri. O juiz foi levado a adiar o julgamento, frustrando, mais uma vez, os Auditores-Fiscais do Trabalho e familiares das vítimas.
A utilização de sucessivos recursos ao longo dos quase 12 anos em que o caso se arrasta tem sido a prática constante dos advogados de defesa dos acusados. O único objetivo é adiar o julgamento, uma vez que nunca contestaram as acusações, para as quais há provas robustas nos autos do processo.
Para o Sinait é inaceitável que os responsáveis por um crime bárbaro como a Chacina de Unaí estejam ainda em liberdade, quando a categoria e as famílias são reféns do luto e do sentimento de impotência diante da impunidade que a permissividade excessiva de recursos propicia.
O apelo é para que o Poder Judiciário, já detentor de todas as provas contra os mandantes, não mais aceite recursos protelatórios, infundados e de má fé. Apesar de legais, os recursos tornam-se imorais ao serem utilizados para impedir que a Justiça seja feita.
O Sinait, os Auditores-Fiscais do Trabalho e as famílias nada mais querem do que a punição dos criminosos, que não haja impunidade, que a Justiça alcance todos os envolvidos neste crime que ceifou a vida de quatro trabalhadores, pais de família, cidadãos de bem.
Rosa Maria Campos Jorge
Presidente do Sinait