CPI da Petrobrás termina tendo como único feito a desmoralização de Eduardo Cunha. (*)

By | 25/10/2015 4:42 am

 

Encerrou-se nesta semana a CPI da Petrobras. Paradoxalmente, a comissão extraiu do seu maior fiasco seu único feito. Há seis meses, a CPI serviu de palco para um “depoimento espontâneo” de Eduardo Cunha. Nele, o presidente da Câmara fez pose de vítima de um complô do governo e da Procuradoria da República. Foi elogiado por governistas e oposicionistas. Mas pronunciou a frase que pode lhe custar o mandato parlamentar.

Em resposta a uma das poucas perguntas que lhe dirigiram, Cunha declarou: “Não tenho qualquer tipo de conta em qualquer lugar que não seja a conta que está declarada no meu Imposto de Renda. E não recebi qualquer vantagem ilícita ou qualquer vantagem com relação a qualquer natureza vinda desse processo.” Hoje, sabe-se que Cunha mantém uma relação cenográfica com a verdade. Possuía não uma, mas quatro contas secretas na Suíça. Sabe-se também que tais contas escondiam dinheiro roubado da Petrobras.

Afora a auto-desmoralização de Cunha, que lhe caiu no colo, a CPI dedicou-se com sucesso a dois objetivos. Num, forçou portas que a força-tarefa da Lava Jato já tinha arrombado. Noutro, absteve-se de convocar os 35 congressistas suspeitos de receber petropropinas, acendendo o forno que assa o instituto da investigação parlamentar. A CPI deve votar até quinta-feira um relatório inútil, sem sugestões de indiciamento.

Comentário do programaO feitiço virou-se contra o feiticeiro. Criada com a intenção de blindar Eduardo Cunha que colocou um homem de sua confiança (Hugo Motta) na presidência para controlar a CPI, a Comissão terminou servindo apenas para desmascarar o presidente da Câmara. E Hugo Motta “deu um tiro no pé”. Foi prestigiado por alguém hoje com o prestígio bem baixo. (LGLM)

Comentário

Category: Destaques

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *