O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) criticou nesta quarta-feira (21) o corte de R$ 10 bilhões no orçamento do ano que vem do programa Bolsa Família como foi proposto pelo relator do projeto de lei orçamentária de 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR).
Para o peemedebista, “não se pode cobrar a conta de quem não pode pagá-la” e é preciso ter bom senso para que o país retome o crescimento de sua economia.
“Sempre tivemos muita preocupação com o ajuste e ele precisa ser qualificado. Ele não pode cobrar a conta de quem não pode pagá-la. É essa a inversão que não podemos permitir. O Congresso tem muita responsabilidade com isso”, disse.
“Mais do que nunca é preciso ter bom senso, responsabilidade. O país precisa retomar o crescimento. A única maneira de aumentarmos a receita é com a retomada do crescimento econômico. O Congresso tem colaborado de todas as maneiras para que faça a sua parte com relação a esse objetivo”, completou.
Nesta terça (20), Ricardo Barros afirmou que pretende incluir o corte bilionário na proposta de orçamento, o que corresponde a 35% do total de R$ 28,8 bilhões direcionados ao programa no projeto encaminhado ao Congresso pelo governo.
Comentário do programa – O bolsa-família é um dos ralos por onde se escoa o dinheiro da Nação. Viciou muita gente em não trabalhar e se contentar com o que recebe do programa. Claro que há muita gente que merece receber o bolsa-família. Mas um corte indiscriminado como quer o relator do Orçamento vai provocar muita injustiça. O que o governo precisa é aumentar os controles como o Ministério do Trabalho, por exemplo, está fazendo com relação ao seguro-desemprego. Aumentando a fiscalização e tornando mais rápidas as comunicações de novos registros de empregados. Ainda há outros ralos, no seguro-desemprego, no caso, por exemplo, do seguro-defeso, mas estão sendo tomadas providências para fazer uma revisão dos milhares de registros de pescador artesanal concedidos a pessoas quando nunca foram pescadores na vida. No caso da bolsa-família, basta o governo fazer um cruzamento do cadastro do programa com outros cadastros que o governo tem, como os cadastros do INSS, do FGTS, o CAGED, o CNPJ e outros cadastros governamentais. Afinal tem muito empresário, funcionário público, pessoas com renda de outras atividades recebendo do bolsa-família. Tem gente se recusando a ter a carteira de trabalho assinada para não perder o benefício, e assim por diante. Se apertassem os controles, com pouco tempo o Governo enxugaria o programa. (LGLM)