(José Augusto Longo, no Patos Online)
Sempre que escrevo ou comente sobre Francisca Mota, por dever de consciência, assim como, por conhece-la de perto, não deixo passar a oportunidade para enaltecer as suas qualidades morais como pessoa e como política. Essas qualidades são, realmente, inatacáveis. No entanto, no que pese a sua intenção de acertar, na condição de administradora de uma cidade grande como a nossa, claro que deixa margem para críticas como as que faço, sem, no entanto, deixar de reconhecer a sua “mania” de tudo fazer bem feito. As inúmeras praças construídas ou reformadas, são um claro exemplo disso. Todas elas bem iluminadas, com quadras esportivas, áreas de lazer para crianças, belos jardins, além das “academias”, que confirmam, até certo ponto, o seu slogan de “prefeita da saúde”. Em cada bairro, exceção, parece, ao Bairro Novo Horizonte, as belas e bem iluminadas praças dão a impressão de que, de fato, a prefeitura, como diz a propaganda oficial, está realmente “cuidando bem das pessoas”.
Mas, será que somente de belas e bem cuidadas praças vive a nossa saúde? Será que as belas e bem iluminadas praças, inauguradas sob imenso foguetório como a Coração do Jatobá, onde até a proativa Câmara de Vereadores deu feriado para assistir a sua festiva inauguração, são o bastante para que o slogan de “prefeita da saúde” atinja o seu objetivo? Parece que não. Há quem garanta, e eu concordo, que as belas e iluminadas praças se comparam àquele velho ditado que diz que “gaiola bonita não dá comida a canário”.
Em vários locais, bem pertinho das chamadas “academias de saúde”, há fétidos esgotos a céu aberto, distribuindo catinga e confundindo os pulmões que deveriam estar aspirando o ar puro das plantas e que, ao invés disso, aspiram um ar misturado com dejetos que se espalham por sobre as ruas próximas;
Para que a saúde seja completamente estabelecida, muita coisa precisa ainda ser feita, mesmo que se construam as belas e bem iluminadas praças, tão ao gosto de parte da população periférica, da propagando oficial e da imprensa oficializada às custas do erário, que cantam e decantam tão belas, iluminadas e floridas iniciativas.
Além das belas e iluminadas praças, a saúde para ser considerada, precisa de mais algumas coisas.
Os jovens necessitam de campos de peladas, onde possam se reunir, tornando mais úteis as horas de folga da escola ou do trabalho; os postos médicos precisam de médicos que comprovem suas presenças em serviço através do chamado “ponto eletrônico”, as farmácias municipais têm que estar sempre abastecidas com medicamentos à disposição da população, sobretudo aqueles que são de uso contínuo e obrigatório; a limpeza pública que anda bem na cidade, precisa cuidar mais dos canais, fazendo, inclusive uma campanha educativa para que a população não os faça de saco de detritos; um centro de zoonose, que não deve custar muito mais do que uma bela praça iluminada, que tiraria das nossas ruas e logradouros públicos cães e gatos vadios e doentes há muito já deveria ter sido construído; a escassez da água tratada que representa saúde, obriga a prefeitura a restaurar com urgência os dezenas de poços perfurados em administrações anteriores, aí incluindo os que foram perfurados na administração de Dinaldo Wanderley dos quais os equipamentos desapareceram misteriosamente, segundo se comenta; pelo bem da nossa saúde, e pela restrição no fornecimento pela Cagepa necessários se faz que cemitérios, canteiros centrais, assim como as belas e iluminadas praças, tenham suas plantas irrigadas por águas de poço e não com a água tratada como vem acontecendo em vários locais.
Nota-se que há, ainda, algumas carências a serem resolvidas, tais como a vigilância noturna e nos feriados e fins de semana nos postos médicos que são constantemente assaltados e depredados; falta, a colocação de câmeras de segurança em todos as repartições municipais, inclusive nas belas e bem iluminadas praças, para que os vândalos sejam identificados e entregues à polícia.
São providências de baixo custo que viriam complementar o interesse oficial de mostrar serviço na área específica de saúde, preservando, desta forma, também, a saúde do nosso caro patrimônio.
Quanto à real saúde do patrimônio público em geral, deixo de me ater, por não ser de minha alçada a investigação ou coisa parecida, função restrita aos órgãos específicos de fiscalização. Espero que nada de anormal venha acontecendo, pois, caso contrário, não seria nada saudável para quem se declara publicamente como defensora da saúde.
No mais, a cidade está repleta de obras inacabadas, cujo problema está sendo debitado à falta de dinheiro por parte do Governo de Brasília que, se para nada servisse, pelo menos está servindo, agora, de desculpa, inclusive para a eternidade de demora no término das UPAS, estas sim, um sério problema de saúde pública.
Em tempo: Que os chaleiras e babões de plantão, desculpem a minha sinceridade.
Comentário do programa – O problema, Zé Augusto, é que, quando se constrói qualquer obra, sobra um dinheirinho para um bocado de gente que nem suou. Enquanto que um posto médico funcionando só dá despesa. E só serve para o pobre que mora naquela comunidade. O rico só vai lá na inauguração, ou seja só comemora o que ganhou na obra. (LGLM)