Ex-prefeito é condenado a cem anos por chacina de Unaí (MG)

By | 08/11/2015 3:40 am

 

(Folha, nesta sexta)

O fazendeiro e ex-prefeito de Unaí (a 600 km de Belo Horizonte) Antério Mânica, 60, foi condenado, na noite desta quinta-feira (5) a cem anos de prisão pela morte de três auditores fiscais e de um motorista do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego). O júri ocorreu na sede da Justiça Federal, em Belo Horizonte.

O crime aconteceu em janeiro de 2004 e ficou conhecido como a chacina de Unaí. O Ministério Público Federal acusou o ex-prefeito de ter sido um dos mandantes dos crimes.

O juiz federal Murilo de Almeida descontou o período de prisão provisória de 26 dias já cumpridos pelo réu, que deverá cumprir 99 anos, onze meses e quatro dias de reclusão. No entanto, o período de prisão no Brasil não pode ultrapassar 30 anos, de acordo com o Código Penal – na prática, a pena deve ficar em torno de 17 anos. A sentença foi lida às 23h15.

O magistrado permitiu ao ex-prefeito, por ser réu primário, recorrer da decisão em liberdade, mas impediu que ele saia do país e pediu que entregue seu passaporte à Justiça em 24 horas.

Na semana passada, o empresário cerealista José Alberto de Castro também foi condenado pela acusação de ter exercido o papel de intermediário na contratação dos executores dos assassinatos e pegou uma pena de 96 anos, 10 meses e 15 dias de cadeia.

As mortes ocorreram na manhã de 28 de janeiro de 2004, na zona rural de Unaí. Os auditores fiscais Nélson José da Silva, João Batista Lage e Eratóstenes de Almeida Gonçalves e o motorista do Ministério do Trabalho e Emprego Ailton Pereira de Oliveira foram assassinados a tiros em uma estrada vicinal enquanto fiscalizavam denúncias de trabalho escravo em fazendas da região.

Após os crimes, Antério Mânica elegeu-se prefeito da cidade mineira pelo PSDB por dois mandatos (2005 a 2012).

Outros três réus foram condenados pela Justiça Federal em 2013 pela morte dos auditores fiscais. Apontados como pistoleiros e executores dos assassinatos, Rogério Allan Rocha Rios foi condenado a 94 anos de prisão e Willian Gomes de Miranda recebeu uma pena de 56 anos.

Erinaldo de Vasconcelos Silva, que delatou os outros dois e confessou participação nas mortes, foi beneficiado por uma delação premiada e apenado com 76 anos e 20 dias de prisão.

Ao todo, o processo tinha nove réus, mas Francisco Elder Pinheiro, acusado de ter intermediado o crime, morreu no início de 2013.

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Category: Destaques

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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