A Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA), bem como a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (CAGEPA), tem alertado para uma das maiores crises hídricas enfrentadas pelo povo, em especial a região do sertão do Estado. Cidades inteiras estão sendo abastecidas por carros pipa e outras ainda têm água nas torneiras, mas não se sabe até quando!
A cidade de Patos, que atualmente é abastecida pelo açude de Coremas através da adutora Coremas-Sabugi, além de receber suporte do açude do Jatobá e da Barragem da Capoeira, está com rodízio de água nas torneiras. O açude de Coremas, o mais importante do sertão, tem apenas 13% de sua capacidade para abastecer dezenas de cidades. Desses 13%, ao baixar para 8% fica comprometido o consumo. As autoridades temem um colapso no abastecimento caso as chuvas não se normalizem até o início de 2016.
Mesmo diante de tão assombroso momento causado pela ausência de chuvas, falta de água nas torneiras de milhares de pessoas e da necessidade de economia do líquido que garante a vida, centenas de pessoas ignoram o alerta das autoridades e seguem desperdiçando água como se nada estivesse acontecendo.
A reportagem do Patos Online flagrou uma cena de desperdício de água tratada que ocorre com frequência, ou seja, a lavagem de calçadas e paredes com torneiras abertas. O fato aconteceu neste sábado, dia 31, por volta das 10h00, no cruzamento da Rua Felipe Camarão com Rua Augusto dos Anjos, Bairro Santo Antônio, em Patos.
A senhora está lavando a calçada e a parede externa da casa utilizando água tratada. Ela tem a sua disposição uma mangueira extensa e a água permanece aberta enquanto a senhora esfrega a calçada e as paredes com vassoura. A água chega a escorrer pela rua e ficar empoçada no asfalto movimentado.
Por mais que pareça anormal se realizar esse tipo de desperdício de água em tempos em que a chamada “seca” castiga o sertanejo, tem se tornado frequente lavar carros com torneiras abertas, lavar calçadas, os banhos demorados no chuveiro, regar terreiros devido à poeira e etc. Quando um vizinho ou mesmo um cidadão consciente reclama daquele que está desperdiçando, vem a resposta: “Eu tô pagando”.
Comentário do programa – Muita gente só sente a gravidade do problema quando falta água nas torneiras. Em Patos, ainda estamos numa situação cômoda, enquanto temos água três dias e um dia sem água. Mas em breve vamos ter saudade deste tempo. Em Campina Grande, são três dias e meio com água e três dias e meio sem água. (LGLM)