Durante recente encontro com quatro governadores do Nordeste para tratar de medidas de combate à seca na região, no Palácio do Planalto, em Brasília, a presidente Dilma Rousseff (PT) condicionou a entrega antecipada das obras de integração das bacias do Rio São Francisco à aprovação da nova Comissão Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Segundo a petista, o governo federal terá de postergar projetos e iniciativas previstas para o ano que vem. “A CPMF é o plano que temos e não tem outro”, disse.
A revelação foi feita ao governador Ricardo Coutinho (PSB) e aos demais participantes do encontro: Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), do Ceará, Camilo Santana (PT), e o deputado Ezequiel Ferreira de Souza (PMDB), governador em exercício do Rio Grande do Norte.
Coutinho disse que a resposta foi dada a uma indagação sua sobre a possibilidade de antecipar a conclusão das obras do São Francisco. Segundo o socialista, a presidente foi bem enfática ao dizer que para adiantar as obras é preciso que o orçamento de 2016 precisa ser fechado e que, para isso, o Congresso Nacional defina as fontes de financiamento. “Bom ou ruim, o governo propôs a CPMF. Bom ou ruim é necessário ter uma fonte de financiamento, afinal, queria cada um de nós viver numa utopia, num país onde não se pagasse nenhum imposto”, defendeu.
Dilma apelou aos governadores que trabalhem junto às bancadas federais na Câmara e no Senado Federal pela aprovação do tributo, que ainda encontra resistência no Congresso Nacional até mesmo entre membros da base aliada.
Comentário do programa – Isto é chantagem descarada. Todo mundo sabe que a CPMF se destina a cobrir o rombo da Previdência Social, é o próprio Governo afirma. Dela não sairá um tostão para a Transposição. A saída para a Previdência Social é tapar os buracos por onde vaza o dinheiro da Previdência e cobrar impostos e taxas de quem vive sonegando. Pra isso, basta equipar as fiscalizações federais para que evitem a sonegação e os desvios. Mas, pelo contrário, o que o Governo tem feito é sucatear os diversos órgãos que se dedicam à fiscalização como Receita Federal e Ministério do Trabalho e Previdência Social. Só na Previdência Social, trinta por cento dos trabalhadores brasileiros, ou serja um terço dos trabalhadores, deixam de recolher para a previdência só por que não têm as suas carteiras assinadas. Enquanto isso o dinheiro da CPMF vai tapar o rombo da previdência sem fechar os buracos por onde o dinheiro saiu. (LGLM)