(Marcos Eugênio (Ascom))
O Hospital Regional de Patos Dep. Janduhy Carneiro continua atualizando os protocolos, seguindo normas técnicas do Ministério da Saúde, buscando dar maior celeridade no atendimento dos usuários. O novo diretor clínico do Regional, hospital de média e alta complexidade, Dr. Luiz Ferreira, explica que o acolhimento com classificação de risco foi criado pelo Ministério da Saúde para dar maior dinamismo e oferecer maior cuidado a quem precisa de mais cuidado.
“O que acontece no Regional de Patos é que há uma cultura na população que busca resolver todos os problemas aqui, mesmo que não sejam de responsabilidade do Hospital. Se um paciente tem uma dor de cabeça em casa, uma diabetes mais alta, ele tem o costume de vir ao Janduhy Carneiro fazer buscar esse atendimento. Procedimentos que devem ser realizados nos postos de saúde, a quem compete. Isso demanda um custo enorme para o Hospital, tempo para os profissionais de saúde. Às vezes temos pacientes muitos graves na área vermelha precisando de atenção integral e o médico acaba ficando dividido”, argumento o diretor clínico.
As normas que estão sendo implantadas no acolhimento do HRP tem por finalidade tentar encaminhar os pacientes de meras consultas para lugares que atendam essa competência, como as unidades de saúde. “Nossa determinação é que todo paciente que chegar ao Hospital seja escutado. Se a classificação de risco mostrar que ele deve ser atendido aqui, será. Caso indique que não, será orientado por um profissional da enfermagem sobre os procedimentos que deve seguir para melhorar seu quadro, encaminhado ou ao posto de saúde ou ao PA Maria Marques. Essa classificação de risco vai nos render uma otimização dos serviços e grande economia dos insumos hospitalares”, enfatizou.
Sobre os pacientes oriundos de mais de 80 municípios da PB, RN, PE que buscam os serviços nas suas unidades de saúde e não encontram médico, se dirigindo ao Janduhy Carneiro, Dr. Luiz explica que esse fato não exime os órgãos competentes (municipais) de suas responsabilidades e que o HRP não tem que abranger esses atendimentos. Orienta este paciente que busca o serviço no seu posto de saúde e não encontra médico a se informar em qual unidade mais próxima possui o profissional para a qual será relocado.
O coordenador diretor clínico diz que hoje o Janduhy Carneiro não está conseguindo suportar sua demanda, isso porque foi projetado para atender certa quantidade de pessoas e hoje atende uma população quase semelhante à de Campina Grande. Outras mudanças previstas é a introdução de novos protocolos na área vermelha, para pacientes mais críticos, visando homogeneizar o atendimento para não depender tanto do saber do médico. “Todo médico que estiver no Hospital, na área vermelha, por ele exemplo, terá que seguir esses protocolos. Estamos tentando melhorar o serviço de enfermaria, colocando um médico em cada uma para que tenhamos um atendimento mais continuado, e otimizar também os exames, tipo tomografia, que devem ser feitos apenas nos casos de urgência e emergência e não aleatoriamente”, explicou.
Dr. Luiz fala da carência de especialidades, destacando a de neurocirurgião, onde os pacientes com trauma de crânio e que precisam de cirurgia são obrigados a ser relocados para Campina ou João Pessoa. Procedimentos invasivos em cardiologia, ou seja presença de cirurgião cardíaco, é outra carência profissional do Regional, apesar dessa unidade de saúde ter realizado sua primeira cirurgia cardíaca, uma pericardiotomia, em setembro desta ano.
Comenta que essa realidade não faz parte apenas do Janduhy Carneiro, mas também de hospitais até maiores, que possuem essa deficiência. São duas especialidades escassas no mercado, acrescentando que se tratam de procedimentos muito caros e que demandam de material bastante específico, mas que o HRP mantém laços estreitos com Campina Grande e João Pessoa quando há a necessidade de tais serviços.
O Hospital Regional conseguiu um grande feito, onde o CRM colocou em seu último relatório que o serviço de ortopedia do Janduhy Carneiro é uma referência para o Estado, isso porque por várias vezes a fila foi zerada e hoje o paciente com fratura que precisa de cirurgia ortopédico espera no máximo três, quatro dias pelo procedimento. “Por várias vezes chegamos a não ter sequer um paciente para cirurgia. Graças ao trabalho do coordenador de ortopedia, Dr. João Suassuna, essa realidade mudou, conseguindo eliminar aquela imensa fila que tanto incomodava a sociedade”, enalteceu os avanços.
O Hospital Regional de Patos atende uma média diária de dez pessoas vítimas de acidentes envolvendo motocicletas. O número é assustador, tanto para a direção quanto para as autoridades do trânsito, que receberam orientações do Ministério Público e estão iniciando uma série de ações educativas e punitivas para tentar diminuir as estatísticas de violência no trânsito, que causa custos bastante elevados para os cofres públicos e muitas sequelas, inclusive com mortes na sociedade.
Comentário do programa – Para a demanda que sofre o Hospital Regional de Patos entendemos que ele faz mais do que o possível. O hospital está planejado para o atendimento de média e alta complexidade, mas termina atendendo uma demanda imensa de baixa complexidade que deveria ser atendida nos postos médicos dos municípios e nas UPAs, se não houvesse tanta má vontade em concluí-las. Isto termina congestionando o atendimento do hospital em vários sentidos. Torna-se urgente uma atuação do Ministério Público que coloque as redes de saúde dos municípios para funcionar e cobre de quem de direito (do financiador Governo Federal ou do executor Governo Municipal) a conclusão das duas UPAs. E não adianta dizer que em João Pessoa, Campina Grande, Sousa ou Cajazeiras as coisas também não funcionam. Vamos tentar resolver o nosso problema. É para o Hospital Regional que recorreremos na hora da necessidade, inclusive eu, se precisar, durante grande parte da semana. (LGLM)