(Publicado no Patos Online)
Está ficando insuportável o trânsito da cidade de Patos. Pode-se alegar que este é o preço que se paga pelo crescimento da cidade. Realmente, com o crescimento da cidade, com a elevação do poder aquisitivo de seus moradores, mais veículos entram em circulação a cada dia e isto causa confusão a um trânsito que foi pensado para muito menor número de veículos.
Mas alguma coisa tem que ser feita para melhorar esta questão. A primeira das coisas a ser feita é organizar o trânsito, controlando o número de taxistas, mototaxistas e alternativos. Outra providência é garantir a presença de uma empresa de transporte coletivo que cubra toda a cidade, praticando um preço ao alcance do poder aquisitivo da população, com horários confiáveis que garantam que o trabalhador vai chegar ao trabalho na hora certa e aos demais segmentos da população que ninguém vá faltar a um compromisso, por que o ônibus não chegou no horário previsto.
Outra providência urgente tem que ser tomada pela administração municipal. A cidade de Patos está sofrendo um processo frenético de expansão na construção civil. Dezenas de prédios de vários andares são construídos na cidade. E no Código de Obras do Município não há exigência de que esses prédios tenham garagem, para os automóveis dos seus moradores ou ocupantes de suas salas durante o dia. Resultado: a cada família que mora em um destes novos prédios corresponde pelo menos um veículo. Para cada escritório em um prédio comercial corresponde pelo menos um veículo. Ou seja, qualquer rua que ganhe um destes prédios vai ter demanda de novas vagas de estacionamento ou de garagem. Não é mais possível permitir a construção de um prédio com dez salas ou apartamentos sem vagas de garagem ou estacionamento que absorvam os veículos dos seus usuários. Sem vagas nas proximidades, os proprietários de veículos vão ficar circulando atrás de vagas e criando o caos em que se constitui o trânsito de Patos, atualmente. Alguns dos prédios maiores estão projetados com vagas de garagem, mas acontecem absurdos como aconteceu com um prédio comercial construído há uns dois anos na rua Pedro Firmino (uma das mais movimentadas da cidade), bem nas barbas da administração municipal. Um edifício com dezenas de lojas, sem uma única vaga de garagem ou estacionamento. Resultado, os próprios clientes destas lojas têm dificuldade de conseguir estacionar nas proximidades, já que quem chega mais cedo ocupa todas as vagas existentes e quem chega depois das oito horas não acha mais onde estacionar. E este é apenas um dos casos, em pleno centro da cidade.
Está na hora de a Prefeitura rever o seu código de Obras que deve ter mais de quarenta anos e deve ser do tempo em que havia mais carroça de burro na rua do que automóvel particular. Manter o atual código de obras sem a exigência de vagas de garagem ou estacionamento, é muito bom para os empresários da construção civil, mas é péssimo para a cidade, principalmente para o seu trânsito.
Por isso o trânsito pede socorro. Queremos ver quem é o administrador que vai enfrentar o problema. Não adianta quem está no poder prometer uma solução para amanhã. A solução tem que ser criada hoje. Não custa nada reunir engenheiros, autoridades e técnicos de trânsito, empresários da construção civil e dos transportes e tomar providências urgentes, entre as quais a elaboração de um novo código de obras. Na administração anterior aconteceram reuniões em que se prometeu um novo código de obras, mas não sei que interesses fizeram com que a promessa fosse esquecida. Como “rola” muito dinheiro nesta área dá para presumir o que aconteceu.
As outras providências para organizar o trânsito não são tomadas por que ninguém quer enfrentar aqueles que usufruem justamente da vasta distribuição de alvarás feita em troca de votos. Esperamos que os distribuidores de alvarás paguem o preço nas próximas eleições. Os verdadeiros profissionais (taxistas e mototaxistas) já se aperceberam de que a farta distribuição de novos alvarás está inviabilizando a sua atividade. Quando as “otoridades” não conseguem “inchar” ainda mais uma praça, simplesmente criam uma nova praça. E são dezenas de novas vagas criadas a cada mês. Tem rua em que existe uma praça a cada esquina, mesmo que os possíveis usuários não tenham se multiplicado com tanta rapidez. (LGLM)