O colega Jozivan Antero se sentiu, assim como muitos colegas, agredido por colegas radialistas de outras cidades, por conta da cobertura da operação que aconteceu em Patos, na última sexta-feira. Como radialista e como jornalista que acompanhou o desenrolar dos fatos aqui acontecidos, dou aqui o meu depoimento sobre a questão.
Acompanhamos de João Pessoa, os fatos que aconteceram em Patos. Não temos como avaliar a cobertura feita pelas emissoras de rádio da cidade. Mas tudo quanto eu consegui divulgar durante a sexta-feira no meu blog em www.revistadasemana.com que por sinal, explodiu de visitas naquele dia, foi conseguido junto aos companheiros de rádio como Aécio Nóbrega, Higo Figueiredo, Adilton Dias, Jozivan Antero, entre outros. E fiz uns dez ou mais posts sobre o assunto. Mas ao procurar mais informações nos vários portais que dão notícias de Patos fui surpreendido pela quase total falta de informações. Encontrei duas ou três matérias no PATOS ONLINE em que Jozivan Antero dava informações sobre o andamento da operação. Os demais “sites” apenas divulgaram a nota emitida no princípio da manhã, pelo Ministério Público Federal. Conversando com alguns colegas ouvi uma explicação que talvez explique o silêncio de alguns, mas certamente não explica o “calar” de todos. O medo de perder “o milho” é que calava muitos. Outra justificativa, que talvez justifique o silêncio de quase todos seria, segundo Adilton Dias, o medo de sofrer processos na Justiça. Todos sabemos que é uma prática de determinados políticos e, em Patos, já virou prática corrente, criar constrangimentos para os jornalistas e radialistas que dão notícias que os incomoda, movendo processos contra os profissionais de imprensa. Além da chateação, defender-se de um processo sempre custa dinheiro de que poucos dispõem no meio. Ao longo de meus cinquenta anos de rádio sofri vários processos, principalmente nas campanhas políticas. A sorte é que sempre tive advogados amigos para me defender e nunca sofri nenhuma pena. Mas tem sido esta a prática mais comum em Patos de se tentar calar a imprensa independente, já que a “chapa branca” é calada à base de “milho”. Infelizmente, os fatos que aconteceram em Patos na sexta-feira, assim como os motivos por que tanta gente se deslocou para Patos para uma operação daquele porte, mereciam uma divulgação muito melhor. Frustraram-se as expectativas de quem estava fora de saber o que estava acontecendo na cidade. Mesmo considerando o sigilo imposto pela Justiça, o medo de processos e o temor de perder “o milho”. Para quem quer que eu tenha ligado na sexta-feira, todos demonstravam estar acompanhando os fatos. Quem não os divulgou tinha lá os seus motivos. Aos que conseguimos dar alguma informação a satisfação do dever cumprido. E não serão críticas de quem não conhece a cidade de Patos e seus profissionais que irão nos calar. Uma observação quero fazer em favor dos colegas de rádio. Poucos radialistas mandam no seu próprio programa. A não ser aqueles que simplesmente pagam pelo espaço. Mas assim mesmo têm um compromisso com a emissora, de só dizer o que permita o interesse empresarial, politico ou comercial da emissora., sob pena de perderem o espaço. Os que são empregados da emissora ou dos “donos” de programas sofrem as limitações que estes lhes impõem. Aos colegas que se sentiram agredidos a nossa solidadariedade.
A matéria de Jozivan Antero, no Patos Online, pode ser vista e ouvida em http://patosonline.com/post.php?codigo=51262