Virgílio Trindade dizia com muita propriedade que os políticos de Patos, de modo geral, preferem ter ao seu lado “chaleiras” ao invés de assessores. E explicava: o “chaleira” faz tudo para agradar ao chefe, concorda com tudo o que ele faz e com o que ele diz. O assessor goza da confiança do chefe, mas é capaz de contestá-lo, de debater com ele, de impor suas próprias ideias quando estas são melhores para o assessorado.
A escolha do assessor deve ser pela sua capacidade. Uma assessor de imprensa deve ser um jornalista preparado para mostrar o lado bom do seu cliente, orientá-lo nos seus contatos com a imprensa, sugerir modificações na sua maneira de atuar, dar ideias de ações que ganhem repercussão positiva, divulgar as coisas boas que o político fez. Mas deve evitar ser um simples “babão”, pois isto causa repugnância ao povo e termina comprometendo a comunicação. Deve ao máximo procurar parecer verdadeiro. Procurar esconder os fatos, pode ser um desastre para o político ou administrador que assessore, pois uma vez a verdade vindo à tona se desmoralizam assessor e assessorado.
Esconder os fatos, sem explicá-los, sem justificá-los, sem garantir uma providência, tentando enganar o eleitor, é uma péssima forma de assessorar alguém.
O “chaleira” é ótimo para formar uma claque, para andar em rebanho atrás do líder, mas é péssimo quando se o quer transformar em assessor. Por mais que ele precise de um “ganha-pão”. Um assessor de confiança devidamente preparado para a função é o ideal. A simples confiança, sem a capacidade de discutir, de contestar, de sugerir, de convencer poder ser um desastre.
Concordo plenamente com o ponto de vista do saudoso Virgílio Trindade e lapidado por você, Gonzaga. E acrescento: A maior prova dessa prática é quando um gestor promove rodízio de assessores. Um assessor deve ser alguém muito especializado em determinado assunto que vai ajudar o assessorado, munindo-o de informações e conhecimentos para subsidiar a tomada de decisões. Agora não podemos confundir Assessor com Gestor.