Por Luiz Gonzaga Lima de Morais | 08/12/2015 | 05:46
O colega José Augusto Longo, em matéria divulgada no Patos Online, cobra uma explicação, da Prefeita Francisca Motta sobre o que estaria acontecendo na Prefeitura, motivo de duas operações de órgãos federais em menos de trinta dias. PORQUE DIABOS A PREFEITURA NÃO SE EXPLICA? é a pergunta de Zé Augusto. A prefeitura pode até não ter uma resposta pois é representada não só pela prefeita mas pela sua equipe, até o terceiro escalão. E talvez esteja nesta equipe o ponto fraco da Prefeita. Como o próprio Zé Augusto já comentou mais de uma vez, Francisca herdou quase toda a equipe do seu predecessor, a não ser alguns postos chaves como Secretaria de Saúde para onde destinou no início a sua própria filha, Ilana Motta, que certamente era de sua estrita confiança mas não tinha perfil para o caso, tanto que a chamou depois para a chefia do seu gabinete. Outro posto chave foi ocupado pela professora Adalmira Marques, secretária da Educação, um dos quadros mais preparados da equipe atual.
Com uma história de vida de decência, Francisca deu conta do recado como parlamentar, mas talvez lhe faltasse o traquejo administrativo, embora lhe sobrasse a malícia da política. Herdeira eleitoral, assumindo a prefeitura para suceder uma cria política sua, adotou em confiança, a maior parte da equipe do seu antecessor e talvez esteja aí a fragilidade da sua administração. Eles devem mais a Nabor do que a ela o fato de estarem na equipe da prefeita. E, conforme se comenta nas esquinas da vida, torcem mais por Nabor do que por ela, como futuro candidato a prefeito.
Daí por que não se pode esperar uma explicação da prefeitura. Mas, Francisca Motta deveria vir a público e dar explicações, não ao seu partido, mas aos seus munícipes. A esta altura ficou claro, pelas notas emitidas pelo MPT e CGU, que o alvo da última operação encetada na sexta-feira (04/12) pelos órgãos federais, foram algumas obras nas áreas de Saúde e Educação. Obras que chegaram a ser citadas na nota da CGU, apesar de todo o sigilo que cercou a operação.
Com base no pouco que se sabe, Francisca deve ter ficado de olho em tudo que envolva estas obras. Não tem nenhuma obrigação de falar agora sobre os detalhes que ela própria apurar, enquanto aguarda um pronunciamento oficial dos órgãos fiscalizadores. E não pode punir ninguém sem provas. Mas se constatar pessoalmente, ou por pessoa de sua estrita confiança, alguma irregularidade nestas obras, deve pelo menos colocar “na geladeira” os pretensos responsáveis, até que uma apuração mais profunda lhe permita punir os responsáveis.
Explicações como quer Zé Augusto ela talvez não possa dar ainda. Mas pelo menos deveria vir a público dizer que se surpreendeu com os fatos objeto da operação, que está ela própria investigando estes fatos através de pessoas de sua estrita confiança, e que afastará ou punirá aqueles que forem comprovadamente responsáveis pelas pretensas irregularidades. É o mínimo que ela pode fazer. É o mínimo que ela pode dizer. Ficar calada, permitindo que seus assessores atirem pedras na imprensa, sem minimamente reconhecer os fatos, depõem demasiado contra a sua imagem, até aqui a salvo de suspeitas de desonestidade, como muito bem enfatizou José Augusto Longo. Esconder-se no sigilo, esperar que a memória curta do povo esqueça dos fatos, é um risco que ela não pode correr, se tem a mínima intenção de se submeter novamente ao julgamento do seu eleitorado, nas eleições de 2016. Os seus adversários farão de tudo para que a memória do povo não esqueça o que aconteceu. E calar agora, pode servir de justificativa para os adversários passarem para o eleitorado a mensagem de que a prefeita foi omissa, aproveitando o conceito popular de que “quem cala consente”.