Quintão retira candidatura à liderança do PMDB e anuncia apoio a Picciani

By | 23/01/2016 9:50 pm

 

(Deu na Folha)

Um dos primeiros a lançar candidatura à liderança do PMDB na Câmara, o deputado Leonardo Quintão (MG) desistiu de concorrer ao cargo nesta sexta-feira (22) para apoiar Leonardo Picciani (RJ). Os dois se encontrara nesta sexta em Juiz de Fora (MG) para selar o acordo.

Picciani vai enfrentar agora apenas o deputado Hugo Motta (PB), lançado com a benção do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e da ala do partido a favor do impeachment. O movimento irritou Quintão que, inicialmente, era visto como o candidato que poderia vencer Picciani, como queria Cunha, mas o presidente da Câmara preferiu apoiar Motta.

Esta semana, como mostrou a Folha, ciente de que Picciani poderia perder a eleição marcada para fevereiro, o Palácio do Planalto decidiu abrir a porta para uma eventual composição com Motta, apesar de preferir a vitória do deputado carioca.

Motta esteve com dois ministros do núcleo próximo à presidente Dilma Rousseff para dizer que adotará “posição de neutralidade” caso fique com o cargo. Ele se reuniu com Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e Edinho Silva (Comunicação Social) e espera retorno de Jaques Wagner (Casa Civil) e de Giles Azevedo (Assessor Especial da Presidência).

No aceno mais explícitos nesses encontros, Motta se comprometeu a, caso eleito, não indicar para a comissão especial do impeachment apenas deputados favoráveis ao afastamento de Dilma.

“A composição obedecerá a proporcionalidade da bancada do PMDB, que é eclética, com vários posicionamentos”, disse Motta à Folha.

Cunha e Picciani eram aliados até o deputado decidir se alinhar ao Planalto, o que irritou o presidente da Câmara. A associação ao governo rendeu a Picciani a indicação de dois ministros no segundo mandato de Dilma.

A escolha de Motta, no entanto, foi calculada por Cunha para embaralhar a leitura do governo sobre a disputa dentro do PMDB —o que melindrou Quintão.

Apesar de aliado do presidente da Câmara, que é inimigo declarado do Planalto, Motta honrou acordos que fez com o PT e com o governo quando foi presidente da CPI da Petrobras, por exemplo.

Foi ele o responsável por pautar e, depois, enterrar a convocação do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, à comissão.

Esse gesto deu a ele um “trunfo” nas conversas com integrantes da ala dilmista da sigla, que não podem acusá-lo de traição ou deslealdade.

O vínculo com duas alas do PMDB —a que apoia Cunha e a que apoia Dilma— será a pedra fundamental do discurso de Motta contra Picciani.

Comentário do programa – Depois de todas as demonstrações de que está, antes de tudo, a serviço de Eduardo Cunha, dificilmente o deputado Hugo Motta conseguirá convencer o Governo Federal de que “tem luz própria” e terá uma postura de independência com a relação ao presidente da Câmara, se por acaso conseguir se eleger para a liderança do PMDB. (LGLM)

Category: Destaques

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde 09 de março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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