Embora não gostemos de divulgar notícias policiais, não deixamos de acompanhar os relatos de violências ocorridas aqui na região e as providências tomadas. Cada crime desvendado cria a esperança de que seja feita a justiça correspondente. Preocupa-nos, entretanto, as manifestações favoráveis ao justiçamento de suspeitos, por piores que sejam os crimes cometidos. Cabe à Justiça julgar e punir os criminosos, já que, a partir do momento em que a própria comunidade pratique a justiça com as próprias mãos, vai se criar um círculo vicioso de que ninguém escapará. A Justiça oficial pode demorar e pode até deixar de condenar os culpados, mas evita-se, pelo menos, que se punam os inocentes. Ficamos preocupados, de ontem para hoje, com as manifestações de internautas diante da notícia de que a polícia local havia prendido os suspeitos do estupro e morte de uma anciã, no Assentamento Campo Cumprido. O crime foi bárbaro e merece uma punição drástica. Mas não cabe a outros criminosos julgarem e penalizarem os suspeitos por este crime bárbaro. Verificando a notícia divulgada no Patos Online, preocupou-nos a quantidade de internautas que se manifestaram favoráveis a que os próprios presidiários punissem os apontados como culpados pelo crime. Mais de vinte são os que se manifestaram favoráveis a uma ação dos outros presidiários, aplaudindo ou incentivando para que justiçassem os dois suspeitos. Os internautas que se manifestaram são apenas um por cento do que leram a notícia, mas o fato de vinte pessoas assumirem esta postura é realmente preocupante. Até por que se sabe que muitos outros concordam com eles, só não tiveram coragem de se manifestar. Talvez tenha chegado a hora de crimes como este terem uma punição maior pela justiça, destruindo a arma do crime (emasculando-os) , como forma de aplacar na população o desejo de justiçamento de autores de crimes desta natureza. Mas que se deixe à Justiça a punição, antes que criminosos comuns passem a ser aceitos como julgadores e punidores de crimes de qualquer natureza. Diante da violência generalizada com que nos defrontamos, não podemos dar aos criminosos os prazer de fazerem justiça com as próprios mãos. É entregar a eles as rédeas da nossa própria segurança. É elevá-los à condição de juízes entre eles próprios.
Para esses criminosos da anciã, eu desejaria pena de morte, mas transitado e julgado. Justiça com as próprias, não concordo.