A oito meses das eleições, começam a se esboçar as chapas majoritárias na cidade de Patos. Embora há muito tempo se tente suscitar em Patos uma terceira via, a tendência histórica da cidade é a polarização entre os dois grupos que dominam a nossa política desde a redemocratização. Ao longo do tempo, houve uma mobilidade entre estes grupos, mas a polarização continuou. Os Sátiros praticamente não existem mais, mas os herdeiros de Dinamérico Wanderley sustentam a bandeira que foi dos seus parentes próximos e correligionários de todo o tempo. Os Wanderley da estirpe de Darcílio Wanderley também não marcam mais presença na política local, mas os descendentes de Nabor Wanderley, junto com os Motta formam no outro grupo. Não esquecer que Sátyro e Motta estiveram juntos por décadas.
Não houve, até agora, nenhum lançamento de candidaturas mas a tendência é Francisca Motta ser candidata à reeleição, tendo pela frente o mesmo candidato de quatro anos atrás, Dinaldinho Wanderley. Partidários de Nabor tentam provar uma pretensa superioridade eleitoral dele sobre Francisca, com base em pesquisas eleitorais de origem duvidosa. A existência de processos judiciais contra Nabor, ainda em primeira instância, desaconselham uma candidatura sua, pelo risco de uma sentença de segundo grau que o torne ficha-suja. Se é que existe realmente essa predominância eleitoral dele sobre Francisca.
Lenildo Morais, atual vice de Francisca, diz que os tempos são outros, mas não descarta a possibilidade de ser mais uma vez o candidato a vice. Aliás, aparentemente até tenta se valorizar politicamente para garantir a vaga.
O vereador Diogo Medeiros tem o nome lembrado como uma alternativa de candidato a prefeito, com o apoio do governador Ricardo Coutinho, mas acreditamos que ainda não esteja pronto para voos mais altos. Como o apoio de Ricardo é muito importante para o PMDB local, o nome de Diogo poderia até suplantar o de Lenildo como candidato a vice de Francisca. Neste caso, Lenildo poderia fazer uma parceria com Dinaldinho? Só o tempo dirá.
Alguns nomes correm por fora. Silvano Morais muito provavelmente tentará encabeçar uma chapa de esquerda e pode até atrair outros nomes de esquerda, até, quem sabe, do PT, no caso de o partido ser descartado pelo PMDB.
Por enquanto as campanhas não deslancharam. Como há mudanças na questão de financiamento de campanha, ninguém quer começar agora, gastando um dinheiro que não se sabe se vai aparecer. Quem partir cedo, pode se queimar eleitoralmente e se comprometer financeiramente sem um retorno garantido. Por enquanto só especulações. Como as campanhas começarão mais tarde, ninguém vai querer se lançar candidato antes do tempo. Até os candidatos a vereador estão mais calados. Mas isso é outra história para depois.
Há alguma coisa no ar, além dos aviões de carreira. Vários prefeitos paraibanos já anunciaram sua desistência de concorrer à reeleição. Alguma coisa deve estar acontecendo para induzir a essas desistências. Talvez seja o efeito CGU/MPF, com suas operações em busca de falcatruas com dinheiro público. Tem algumas riquezas duvidosas na mira dos órgãos de fiscalização federal, inclusive aqui bem perto de nós. Empresas que pretensamente executam obras sem terem nenhum empregado estão chamando a atenção dos órgãos de fiscalização. Inclusive na fiscalização do trabalho. É indício de fraudes em licitações. E podem ameaçar algumas candidaturas. (LGLM)