PMDB proíbe filiados de assumir novos cargos no governo federal

By | 12/03/2016 8:42 pm

(Deu na Folha)

Os principais integrantes da cúpula do PMDB já tinham deixado a convenção nacional da sigla neste sábado (12) quando, sob forte pressão da militância, o partido aprovou uma moção que proíbe os peemedebistas de assumirem novos cargos no governo até que a sigla decida definitivamente sobre o rompimento ou a manutenção da aliança com a presidente Dilma Rousseff.

A medida tem como alvo principal as negociações em torno da nomeação de Mário Lopes (PMDB-MG) para a Secretaria de Aviação Civil. O cargo, com status de ministro, foi acertado com o governo para ajudar a eleição de Leonardo Picciani (PMDB-RJ) à liderança da sigla na Câmara. Picciani íntegra a ala que apóia a presidente Dilma.

A decisão foi tomada em meio à e gritaria da militância, que cobrava o desembarque imediato do governo e só se acalmou quando o ex-ministro Eliseu Padilha, aliado do vice-presidente Michel Temer, topou colocar em votação a moção que veta a nomeação de peemedebistas.

O presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Moreira Franco, justificou a aprovação da moção como uma medida de “precaução”. Ele também endossou a defesa pela unidade interna do partido.

“Essas moções apresentadas serão analisadas e votadas pelo diretório nacional, que está sendo escolhido hoje. Enquanto corre o prazo nesse período, por precaução, a convenção aprovou outra moção de que nenhum companheiro pode assumir cargo no governo até diretório nacional de tomar posição no governo”, afirmou.

Segundo o peemedebista, se o partido de fato desembarcar da administração petista, a decisão terá que ser cumprida por todos os integrantes da sigla com cargos no Executivo sob pena de serem expulsos. Hoje, o PMDB ocupa seis ministérios.

O líder do partido no Senado, Eunício Oliveira (CE) afirmou, após ter participado da convenção, que o PMDB, diante das dificuldades do país resolveu adotar uma postura de não parecer “golpista” e nem “oportunista”. Para o parlamentar, a sigla precisa ter “um pouco mais de paciência”.

Houve um acordo na cúpula do partido para adiar a decisão sobre o desembarque do governo em até 30 dias. As novas nomeações, portanto, estão travadas até que o partido feche essa questão.

Temer fez um discurso em nome da unidade. Ele e os demais integrantes da cúpula do partido deixaram a convenção logo após a fala, quando a militância, inflamada, pedia a saída imediata do governo. O presidente do Senado, Renan Calheiros, chegou a demonstrar irritação quando os discursos pela ruptura chegaram ao microfone. Em seguida, ele deixou o local.

O vice-presidente Michel Temer apresentou sua recondução ao comando nacional do PMDB neste sábado (12) como um símbolo de que o partido optou pela convergência numa “ocasião em que é preciso cuidar do país”.

Em discurso, o vice chegou a dizer que a sigla está pronta para “resgatar os valores da República e reencontrar a via do crescimento econômico e social”.

Apesar do acordo fechado pela cúpula do partido de adiar qualquer decisão sobre o rompimento com o governo, a liberação dos discursos contra a aliança entre o PMDB e o PT acabou marcando a convenção.

A convenção vem sendo classificada como “um aviso prévio” do PMDB à petista. A expectativa é de que, após a repercussão das manifestações contra o governo e o fim do julgamento sobre o rito do impeachment, a sigla finalmente deixe o governo Dilma.

Comentário

Category: Nacionais

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *