(Luiz Gonzaga Lima de Morais)
Este artigo foi publicado no Patos Online e na Revista da Semana há pouco mais de um ano. Como ele continua atual, resolvi fazer algumas modificações e republicá-lo, no blog da Revista da Semana
A vida dos velhos mudou muito nos últimos cinquenta anos. A primeira mudança importante foi a aposentadoria do FUNRURAL para os trabalhadores rurais. Antes o destino do trabalhador rural que não podia mais trabalhar era pedir esmolas ou viver dependente dos filhos. Hoje o aposentado do FUNRURAL, que passou a ser simplesmente aposentado rural pode ter uma vida simples, mas decente. Chega a ser confortável se a companheira também conseguir se aposentar.
Depois os velhos que moravam na cidade passaram a contar com o benefício de prestação continuada paga aos maiores de sessenta e cinco anos que não tem renda com que sobreviver.
A situação de aposentados rurais ou recebedores do benefício só não é melhor quando têm filhos a parasitá-los o que é muito comum. É triste ver idosos pedindo esmolas apesar de receberem benefícios, simplesmente por que têm filhos e netos a quem sustentar, muitas vezes por que estes filhos não querem simplesmente trabalhar forçando os pais à mendicância.
Depois destes dois benefícios os velhos, agora simplesmente chamados de idosos, ganharam o seu estatuto próprio, o chamado Estatuto do Idosos. Tal estatuto lhes garantem algumas vantagens como prioridade de atendimento em bancos, supermercados e locais de atendimento ao público de modo geral. E a mais apreciada destas vantagens que é o direito a passagens de ônibus de graça ou pela metade do preço em ônibus, sejam urbanos sejam interurbanos. É comum ver-se nos ônibus idosos que viajam pelo prazer da viagem, para visitar parentes ou conhecer outras cidades.
Nos últimos anos, o fato de ser idoso ganhou mais um benefício que o ajuda a enfrentar um dos desgostos de que atingem idade mais avançada. Uma série de medicamentos que o ajudam a manter um bom desempenho sexual, mesmo depois de certa idade. Primeiro foi o Viagra, cujo princípio ativo é o citrato de sildenafil, fabricado pela Pfizer, que atraiu muita gente, embora tenha sido causa de morte de muita gente que exagerou no seu uso. O medicamento é contraindicado para quem tem problemas cardíacos e mesmo para quem não tenha se for utilizado em excesso. Há algum tempo a imprensa deu a notícia de um cidadão cajazeirense que teria lavado três parceiras para um motel e teria tomado três Viagras para dar conta do recado. Morreu antes de começar a farra, pois o coração não suportou a overdose. Um amigo meu costuma dizer que o Viagra é para certas pessoas como querer dar um “tranco” num fusquinha estancado, empurrando-o com uma carreta. O resultado só pode ser desastroso. A grande barreira para o idoso de menor renda utilizar o Viagra era o preço, já que um comprido chegava a custar mais de trinta reais. Muita gente passou a utilizar similares de origem duvidosa e se deu mal com o uso. Depois de algum tempo caducou a licença do laboratório que desenvolveu o produto e foi autorizado o lançamento do genérico do Viagra que, ao ficar mais barato, ficou mais acessível.
Como o laboratório que fabricava o Viagra estava faturando muito bem, outros laboratórios investiram no desenvolvimento de outros princípios ativos que tivessem efeito semelhante para a chamada disfunção erétil, com menos riscos para a saúde. Dentre estes produtos um dos mais famosos é o Cialis, cujo princípio ativo é a tadalafila, fabricado pelo laboratório Eli Lilly. Segundo os especialistas a tadalafila tem menos efeitos indesejáveis e sua ação perdura por até trinta e seis horas. Um amigo meu diz que toma meio comprimido, mas fica animado por até três dias. Apesar do sucesso, o comprimido do Cialis custa mais de quarenta reais o que fez surgirem muitos similares ou genéricos fabricados no Paraguai, que fizeram muita gente “quebrar a cara”. Além de não apresentarem os efeitos do original, tais produtos trazem riscos para a saúde por sua origem duvidosa. Agora surgiu uma novidade. Um genérico do Cialis aprovado pela ANVISA e vendido livremente nas farmácias de todo o Brasil. O genérico tem o nome de Tadalafila e custa menos da metade do preço do Cialis original. Há um detalhe interessante no aparecimento deste genérico. A licença original de fabricação do Cialis ainda não caducou mas o laboratório Eli Lilly fez um acordo em que autorizava a Sandoz a lançar e vender o genérico Tadalafila. O interessante é que quem fabrica o genérico é a própria Eli Lilly, fabricante do Cialis original, sendo que a SANDOZ apenas divulga e distribui o produto. Ou seja, a Eli Lilly fabrica o concorrente do seu Cialis, e os dois juntos estão fazendo o maior sucesso, segundo vendedores de algumas farmácias de João Pessoa com quem conversamos. Mais barato, o Tadalafila tem vendido muito bem. Outros laboratórios passaram a fabricar o genérico da Tadalafila. Entre eles Eurofarma, Medley, Biosintética e Aché, todos com preço mais acessível do que o Cialis original.
Para quem pensa que só os idosos se aproveitam da medicação para a disfunção erétil uma informação interessante que me foi dada por um dono de farmácia amigo da cidade de Sousa e que foi confirmada por outros comerciantes do ramo. Os maiores consumidores do Viagra, Cialis, Levitra e outros medicamentos da mesma indicação não são os idosos, mas os jovens.
A velhice na atualidade nos concede vários prazeres. Vida mais longa, qualidade de vida melhor, viagens e uma vida sexual mais ativa. Mas não devemos cometer excessos que prejudiquem a nossa saúde e por decorrência a nossa qualidade de vida.
A venda da Tadalafila é livre, independente de receita médica. Mas se você utilizar a Tadalafila e sentir efeitos colaterais indesejáveis, procure um médico.
o maior prazer da velhice,é de naooter morido na juvneude